O Presidente da Síria, Ahmed al-Sharaa, em Damasco, Síria, em 19 de junho de 2025. (Foto: Agência de Notícias Árabe Síria)
O Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu pretende viajar para Washington, D.C., a fim de promover um acordo de cessar-fogo e normalização com a Síria, informou o Canal 12 News de Israel na sexta-feira.
A notícia surge em meio a um crescente otimismo no governo do Presidente dos EUA, Donald Trump, de que o fim da Guerra de Gaza pode estar próximo, juntamente com um acordo para libertar os reféns restantes.
O Primeiro-Ministro Netanyahu comentou em um vídeo divulgado na noite de quinta-feira que “a vitória no Irã abre as portas para a expansão dos acordos de paz, a libertação dos reféns e a derrota do Hamas”.
Netanyahu disse: “Lutamos muito contra o Irã – e alcançamos uma grande vitória. Esta vitória abre uma oportunidade para uma dramática expansão dos acordos de paz. Estamos trabalhando nisso diligentemente. Junto com a libertação dos nossos reféns e a derrota do Hamas, há uma janela de oportunidade aqui que não deve ser perdida. Não se pode perder nem um dia.”
O site Axios informou na quinta-feira que Netanyahu está planejando uma visita a Washington, D.C., como parte de uma “festa da vitória após a guerra com o Irã”.
De acordo com a reportagem, a Secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou que Netanyahu gostaria de visitar o país nas próximas semanas, mas que nenhuma data havia sido definida.
Ela também disse que o Presidente dos EUA, Donald Trump, espera usar a vitória sobre o Irã para expandir os Acordos de Abraham, mencionando especificamente a Síria.
“O presidente certamente tem esperança de que mais países da região assinem os Acordos de Abraham”, afirmou Leavitt.
“Quando o presidente se reuniu com o novo presidente da Síria [Ahmed al-Sharaa], essa foi uma das solicitações que ele fez: que a Síria assinasse os Acordos de Abraham”, continuou ela.
“Queremos ver uma paz duradoura e resistente no Oriente Médio, e essa é a maneira de conseguir isso”, disse ela. “Não tenho um cronograma para vocês, mas este governo quer ver isso acontecer e nossos parceiros na região devem saber disso.”
As notícias surgiram depois que sites de notícias Hebreus revelaram a cooperação silenciosa entre Israel e a Síria durante a Operação Leão Ascendente, quando o líder sírio al-Sharaa permitiu que Israel voasse através de seu espaço aéreo.
Na semana passada, o Conselheiro de Segurança Nacional de Israel, Tzachi Hanegbi, disse: “Há um diálogo direto diário em todos os níveis entre Israel e o regime na Síria”, acrescentando: “Estou liderando isso com autoridades políticas lá”.
O otimismo em relação à Síria parece ser compartilhado por outros membros do governo Trump.
O enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, afirmou na quarta-feira que os Estados Unidos esperam ter “algumas novidades importantes” sobre os Acordos de Abraham em breve.
“Acreditamos que teremos algumas novidades importantes sobre os países que estão aderindo aos acordos de paz de Abraham”, disse Witkoff à CNBC durante uma entrevista. “Esperamos a normalização em uma série de países que talvez as pessoas nunca imaginariam que entrariam.”
As declarações de Witkoff ocorreram na mesma época em que um novo outdoor foi inaugurado em Tel Aviv, mostrando Trump, Netanyahu e um grupo de líderes Árabes ao lado do slogan: “A Aliança de Abraham: É hora de um novo Oriente Médio”.
Em maio, o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse ao Comitê de Relações Exteriores da Câmara que o governo espera expandir os acordos de paz de Abraham ainda este ano.
“Acho que podemos ter boas notícias – certamente antes do final deste ano – sobre vários outros países que estão dispostos a se juntar à aliança”, afirmou Rubio.
Na quinta-feira, o Ministro das Finanças Bezalel Smotrich, presidente do partido Sionismo Religioso, alertou contra qualquer acordo que levasse a “um Estado terrorista Palestino”.
Dizendo que a expansão dos Acordos de Abraham é algo maravilhoso, Smotrich enfatizou que “se isso for uma cobertura brilhante para uma ameaça existencial na forma de divisão da terra, entrega de territórios ao inimigo e estabelecimento de um Estado terrorista Palestino, então não, obrigado”.
Smotrich dirigiu-se diretamente a Netanyahu, dizendo: “Senhor Primeiro-Ministro, que fique claro que o senhor não tem mandato. Nem mesmo por sugestão ou palavras vazias. Se há países que querem paz em troca de paz, que assim seja. Se querem um Estado Palestino, que esqueçam. Isso não vai acontecer”.
