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General iraniano ameaça guerra com os EUA caso Israel volte a atacar

General afirma que o Irã poderia ter destruído Israel em dois meses se a guerra de 12 dias tivesse continuado

Major-general Mohsen Rezaei (Foto: IRGC)

O Irã está preparado para uma guerra com os Estados Unidos se Israel lançar novos ataques contra a República Islâmica, afirmou o ex-comandante da Guarda Revolucionária Iraniana em entrevista no domingo.

O major-general Mohsen Rezaei alegou que as tentativas dos países ocidentais de entrar em negociações têm como objetivo dar tempo a Israel para se preparar para novos ataques e fortalecer a sua posição, dizendo que tais condições são inaceitáveis para a República Islâmica. 

“Negociações com o objetivo de dar tempo a Israel ou de fortalecê-lo são inaceitáveis”, disse Rezaei em entrevista à TV estatal no domingo.

Ele ameaçou tomar ações diretas contra os EUA se Israel retomar os ataques.

“Os sionistas (Israel) estão tentando a sorte contra o Irã mais uma vez”, afirmou Rezaei. 

“Se isso acontecer, no momento em que Israel iniciar uma guerra, também entraremos em guerra com os Estados Unidos”, acrescentou Rezaei.

“Negociações não devem ser aceitas sob forma alguma, preço nenhum ou sem condições”, continuou ele, indicando que o Irã responderia com ataques a alvos americanos no Oriente Médio.

“Se entrarmos em negociações, força militar não deve, sob nenhuma hipótese, ser usada contra o Irã. Caso contrário, retaliaremos, não apenas contra Israel, mas também contra alvos americanos na região.”

Na entrevista, Rezaei também afirmou que o Irã teria destruído Israel se a guerra de 12 dias entre Israel e Irã tivesse continuado.

Ao confirmar o uso de ogivas de fragmentação em alguns de seus mísseis balísticos lançados, Rezaei afirmou que o regime iraniano estava preparado para uma guerra mais longa. 

“Planejamos dois meses de guerra. Não achávamos que terminaria tão cedo; que eles exigiriam um cessar-fogo, que nós o aceitaríamos e que o trabalho estaria terminado”, disse o major-general Rezaei. “Tenham certeza de que, se a guerra tivesse durado dois meses, não haveria sinal de Israel hoje. Nós não lutamos com mais de 30% da nossa capacidade.” 

Os comentários de Rezaei ecoaram uma declaração da Guarda Revolucionária Islâmica divulgada no domingo passado, que dizia: “Na eventualidade de qualquer novo equívoco ou agressão por parte do inimigo, a República Islâmica do Irã tomará a iniciativa no campo de batalha, com uma posição de comando, e lançará outra resposta mortal.” 

O chefe de gabinete do líder supremo do Irã, Ali Khamenei, Mohammad Mohammadi-Golpayegani, disse no domingo que, embora o Irã nunca tenha iniciado uma guerra, responderá com força a quaisquer ataques.

“Somos um país que nunca entrou em guerra com outra nação como iniciador, mas nunca nos submeteremos à coerção”, disse Mohammadi-Golpayegani. 

O presidente do parlamento iraniano, Mohammad Bagher Ghalibaf, descartou as preocupações de alguns em seu país de que a implementação de sanções snapback (de reação imediata) poderia levar à guerra. Ghalibaf afirmou que Israel se absteve de tomar novas medidas porque teme a derrota.

“Se os israelenses não atacaram o nosso país de novo até agora, é porque sentiram que outro ataque levaria a uma derrota pior do que a guerra anterior”, afirmou Ghalibaf.

Enquanto isso, o analista de defesa e segurança Farzin Nadimi disse ao canal de televisão Iran International [Irã Internacional] que Israel poderia lançar novos ataques contra o Irã dentro de três meses. 

“Acho que, em três meses, no máximo, se tal decisão for tomada, ela será executada. Se as coisas continuarem nesse caminho”, disse Nadimi, pesquisador sênior do Washington Institute especializado em segurança e defesa iraniana. 

Percebendo que nem Israel nem o Irã queriam um conflito de longo prazo, Nadimi disse que a decisão israelense de atacar dependeria de um planejamento cuidadoso e de defesas aprimoradas. 

“Se Israel assim o decidir, terão de preparar uma série de premissas, e suas capacidades de defesa deverão estar mais preparadas”, afirmou. 

“Relatórios indicam que a bateria de artilharia THAAD, que os Estados Unidos havia implantado em Israel, agora foi aumentada”, observou. “Em outras palavras, quatro lançadores foram adicionados aos seis existentes.” 

O sistema Terminal de Defesa de Área de Alta Altitude (THAAD) foi um componente essencial para o sucesso de Israel em impedir danos mais extensos causados pelos ataques com mísseis balísticos do Irã durante a Operação Leão Ascendente. Os sistemas americanos, operados por equipes de soldados americanos, complementam o sistema israelense de defesa antimísseis Arrow (Flecha).

Ao término do conflito de 12 dias, o Irã lançou mísseis balísticos contra a base americana no Catar como retaliação ao bombardeio americano de três instalações nucleares. Após o ataque com mísseis balísticos iranianos contra a base americana, o presidente Donald Trump anunciou, abruptamente, um acordo de cessar-fogo, que pareceu pegar tanto os israelenses quanto os iranianos de surpresa. 

No entanto, autoridades de defesa israelenses estão convencidas de que as hostilidades podem ser retomadas a qualquer momento. Há duas semanas, o major-general (reserva) Amir Baram, diretor-geral do Ministério da Defesa de Israel, afirmou: “A Operação Leão Ascendente pode ter terminado com uma vitória decisiva de Israel, mas haverá mais rodadas com Teerã”. 

Baram recomendou um planejamento deliberado para a próxima rodada do conflito, dizendo que os Ministérios da Defesa e das Finanças devem trabalhar juntos para se preparar para novas hostilidades, as quais, ele estima, podem ocorrer dentro de alguns meses.

The All Israel News Staff is a team of journalists in Israel.

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