Enviado especial dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Steve Witkoff, visita a “Praça dos Reféns” em Tel Aviv — 2 de agosto de 2025. Foto de Erik Marmor / Flash90
Autoridades de vários países reuniram-se na cidade turística de Sharm El-Sheikh, no Mar Vermelho, na quarta-feira, com todos os lados demonstrando otimismo de que um acordo para o fim da guerra em Gaza poderia ser alcançado nos próximos dias.
Com o ministro de Assuntos Estratégicos de Israel, Ron Dermer, pronto para se juntar às negociações na quarta-feira, um funcionário do gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse ao Times de Israel que havia “otimismo, mas muita cautela”, mas alertou que “o Hamas pode criar obstáculos, a qualquer momento, e dar para trás.”
Do lado americano, o enviado da Casa Branca, Steve Witkoff, e o genro do presidente Trump, Jared Kushner, participaram das negociações, um sinal de que houve progresso.
A agência de notícias Axios citou autoridades americanas que também expressaram “otimismo cauteloso” de que um acordo poderia ser alcançado até o final da semana, acrescentando que não deixariam o Egito sem um acordo.
“Bibi fez um excelente trabalho. A pressão militar foi fundamental para tornar o Hamas mais pragmático. Agora, porém, Bibi precisa entender que chegou a hora de um acordo”, disse uma alta autoridade americana à agência.
Um oficial de alto escalão do Hamas disse à agência francesa AFP que havia “otimismo” em relação às negociações, enquanto o correspondente da Sky News Arabia descreveu o clima nas negociações em Sharm El-Sheikh como “muito positivo”, citando fontes diplomáticas e de segurança.
As negociações entre o Hamas e Israel foram, mais uma vez, conduzidas de forma indireta, com a mediação do Egito e do Catar, cujo primeiro-ministro, Mohammed bin Abdul Rahman al-Thani, também participou das negociações.
Os chefes de inteligência do Egito e da Turquia também viajaram para Sharm El-Sheikh na quarta-feira.
A chegada de autoridades de todos os países envolvidos sinaliza que houve um progresso significativo, depois que o Hamas aceitou, parcialmente, a proposta de 20 itens dos EUA, mas exigiu negociações sobre vários pontos.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed al-Ansari, disse à agência de notícias saudita Al-Arabiya, na quarta-feira, que seriam necessárias “fortes garantias internacionais, e por escrito” para garantir que Israel cumprisse as suas obrigações nos termos de um acordo.
Al-Ansari acrescentou que o Catar quer ter certeza de que Israel realmente se retirará da Faixa de Gaza, permitirá mais ajuda humanitária e encerrará a guerra de forma permanente.
Ele também afirmou que, embora as partes tenham concordado com os 20 itens do plano, “o diabo está nos detalhes, como se costuma dizer em inglês.”
De acordo com o Wall Street Journal, entre os principais pontos que o Hamas quer negociar está um cronograma fixo para a retirada israelense, bem como pontos específicos para os quais as FDI se retirarão.
Enquanto as tropas israelenses se retiram, o Hamas também quer garantias de liberdade de trânsito pela Faixa de Gaza, alegando que isso é necessário para ajuntar os reféns vivos, bem como os corpos dos assassinados, antes de sua entrega.
O grupo terrorista também pretende incluir o maior número possível de prisioneiros famosos na lista de terroristas que Israel deve libertar em troca dos reféns.
Em comparação com trocas anteriores, os 250 prisioneiros previstos na proposta são relativamente poucos, mas o Hamas quer incluir líderes de alto escalão como Marwan Barghouti, além de exigir os corpos de seus ex-líderes militares, os irmãos Yahya e Mohammed Sinwar.
