O presidente dos EUA, Donald Trump, no Salão Oval da Casa Branca, em Washington, DC, em 25 de setembro de 2025. (Foto: IMAGO / MediaPunch via Reuters)
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demonstrou grande otimismo no domingo quanto às chances de sucesso de seu plano para acabar com a guerra em Gaza, antes de uma reunião com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, marcada para segunda-feira.
O plano decisivo do governo Trump foi revelado neste fim de semana, depois que o presidente dos EUA e o enviado especial Steve Witkoff apresentaram a proposta, na semana passada, durante uma reunião com oito líderes árabes e muçulmanos.
“Temos uma chance real de GRANDEZA NO ORIENTE MÉDIO. TODOS ESTÃO A BORDO PARA ALGO ESPECIAL”, escreveu Trump em uma postagem na plataforma Truth Social.
Em outra postagem, ele escreveu: “PRIMEIRA VEZ NA HISTÓRIA. NÓS VAMOS CONSEGUIR!!!”
Ainda não se sabe, porém, até que ponto Israel foi informado sobre os detalhes do plano e se Netanyahu concordará com ele.
No domingo, o canal israelense Kan News citou uma fonte próxima a Netanyahu que disse ainda haver “lacunas significativas” em relação às condições que Israel deseja ver cumpridas antes de encerrar a guerra na Faixa de Gaza.
O primeiro-ministro teria cancelado a sua participação em uma conferência no domingo em meio a intensas discussões com sua equipe para se preparar para a reunião de segunda-feira com Trump, informou seu gabinete, confirmando relatos anteriores.
Enquanto isso, em um comunicado oficial, o Hamas disse que ainda não recebeu uma nova proposta de cessar-fogo e afirmou que as negociações continuam suspensas devido ao ataque de Israel ao Catar no início deste mês.
Trump disse, na sexta-feira, que “todos os países da região estão envolvidos; o Hamas está bem ciente dessas discussões, e Israel foi informado em todos os níveis, inclusive Bibi Netanyahu”.
Em entrevista à Fox News, no domingo, o primeiro-ministro revelou que concederia aos líderes do Hamas um salvo-conduto para sair de Gaza se todos os reféns israelenses fossem libertados.
“Se os líderes do Hamas encerrarem a guerra e libertarem todos os reféns, nós os deixaremos sair”, disse Netanyahu. “Isso é algo que eu já disse no passado, mas precisa ser planejado. Tudo isso, eu acho, faz parte do plano. Não vou antecipar nada, porque estamos tendo essas discussões exatamente agora.”
Ele também reiterou sua oposição a permitir que a Autoridade Palestina (AP) governe a Faixa de Gaza como parte de um acordo.
“Não mudei minha posição e acho que a credibilidade ou a probabilidade das coisas – uma Autoridade Palestina reformada que mude completamente a sua postura... Algumas pessoas acreditarão que isso pode acontecer. Eu não acho que vai.”
Os Estados Unidos e Israel continuam discutindo o plano, afirmou Netanyahu. “Ainda não foi finalizado, mas estamos trabalhando com a equipe do presidente Trump, na verdade, neste exato instante.”
“Espero que possamos colocá-lo em prática, porque desejamos libertar os nossos reféns; desejamos nos livrar do domínio do Hamas e desarmá-los; desmilitarizar Gaza e estabelecer um novo futuro para os habitantes de Gaza e para os israelenses; para toda a região”, acrescentou o primeiro-ministro.
Enquanto isso, o vice-presidente dos EUA, JD Vance, também comentou sobre o plano decisivo, dizendo que o governo estava, agora, “no primeiro metro da corrida”, mas otimista quanto às chances de “alcançar a linha de chegada”.
“Há uma negociação muito complicada acontecendo neste momento entre os líderes árabes, entre os israelenses e entre o governo Trump, liderado pelo enviado especial Steve Witkoff e pelo secretário de Estado Marco Rubio”, disse Vance à Fox News.
“O otimismo do presidente é justificado nesse caso. Sinto-me mais otimista em relação à nossa situação atual do que em qualquer outro momento nos últimos meses”, acrescentou.
“Mas sejamos realistas: essas coisas podem dar errado no último minuto. Portanto, embora eu continue muito esperançoso, estou cautelosamente esperançoso.”
Trump “quer que Gaza seja controlada pelas pessoas que vivem lá. Ele quer que a Cisjordânia seja controlada pelas pessoas que vivem lá e quer que as redes terroristas que cercam os israelenses sejam desmanteladas para que não possam mais representar uma ameaça a Israel”, enfatizou Vance.
