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Reservista das Forças de Defesa de Israel nega ter atirado em habitantes esfomeados de Gaza e afirma que uma investida coordenada contra uma posição militar levou aos disparos

“O Hamas queria um banho de sangue, algo para vender à mídia, e conseguiu”, alega soldado

Ilustrativo - Palestinos caminham pelas ruas com sacos de farinha após a chegada de caminhões com ajuda humanitária, através da passagem de Kerem Shalom, controlada por Israel, no sul de Gaza, em Khan Younis, em 24 de julho de 2025. (Foto: Abed Rahim Khatib/Flash90)

Após uma enxurrada de notícias na mídia nas últimas semanas, alegando que soldados das Forças de Defesa de Israel (IDF) abriram fogo deliberadamente contra Palestinos em Gaza que buscavam ajuda humanitária, um soldado da reserva da IDF falou recentemente com The Media Line sobre um desses incidentes, explicando que a cobertura distorceu o que realmente aconteceu.

A história, envolvendo a morte de cerca de 85 palestinos que se aproximavam de um local de distribuição de ajuda perto da passagem de Zikim, causou indignação internacional, depois que o Programa Mundial de Alimentos da ONU alegou que soldados das IDF abriram fogo indiscriminadamente contra multidões de civis de Gaza, que estavam “ansiosos para ter acesso a suprimentos alimentares desesperadamente necessários”.

O soldado Israelense, referido apenas pela inicial “Y.” para proteger sua identidade, disse que a multidão não estava inocentemente esperando pela ajuda.

Y. explicou que o incidente começou na madrugada anterior, quando os primeiros caminhões de distribuição chegaram ao lugar onde os soldados das IDF estavam esperando e protegendo o local. A ajuda deveria ser distribuída na manhã seguinte, mas Y. disse que uma multidão já havia começado a se reunir naquela noite.

“Eles não deveriam estar lá. Estava fechado. Eles viram os caminhões e vieram para saquear”, ele disse. “Demos tiros de advertência. Ninguém ficou ferido. Eles foram embora, por enquanto.”

No entanto, isso não foi o fim do incidente. Y. disse que as IDF publicaram a abertura do local de distribuição de ajuda em vários grupos Palestinos de Facebook, anunciando: “O local abrirá às 9h. Não se aproximem.”

Segundo ele, um pequeno grupo de batedores foi enviado a cerca de 1 km do local de distribuição para alertar qualquer grupo que tentasse se aproximar antes da hora certa, por volta das 2h da manhã.

Por volta das 4h30, um grupo de quatro homens Palestinos se aproximou da equipe na posição avançada, enquanto outras vozes podiam ser ouvidas na escuridão atrás deles.

De repente, os soldados ouviram gritos de “Alá Akbar”, e perceberam que o grupo de homens Palestinos não estava ali para esperar a abertura do posto de ajuda, segundo Y.

“Foi então que ficou claro que não se tratava de uma multidão espontânea”, relatou Y. “Era algo coordenado.”

Os quatro homens apareceram atrás de um prédio próximo e a equipe das IDF disparou tiros de advertência para alertá-los. Mas, em vez de fugir, os homens, rapidamente acompanhados por centenas de outros, começaram a correr em direção aos soldados.

“Então, quatro se tornaram cem. Depois, mil. Todos homens adultos. Nenhuma mulher. Nenhuma criança. Apenas homens correndo diretamente em nossa direção”, relatou Y.

Ele disse que a multidão começou a se espalhar, cercando os soldados por três lados, e então os soldados ouviram tiros vindos de trás da multidão.

“Ouvimos tiros de Kalashnikov vindos de trás da multidão. Não vimos quem atirou, mas ouvimos claramente”, disse ele.

Quando a multidão chegou a 100 metros (110 jardas) dos caminhões de ajuda, os soldados receberam ordem para defender a posição. Foi nesse momento que as tropas atiraram nos homens que se aproximavam de sua posição.

“Nada os detinha, nem os drones, nem os megafones, nem as granadas de flash ou os tiros de advertência”, contou Y. “No final, atiramos. Não havia outra escolha.”

Ele culpou o Hamas pelo incidente, dizendo que o grupo terrorista pretendia usar o evento para provocar indignação contra Israel.

“O Hamas tinha dois objetivos”, afirmou. “Roubar a comida e provocar uma tragédia que pudessem filmar.”

Y. acredita que o mesmo grupo tentou invadir o local às 22h e novamente às 2h da manhã. “Eles voltaram mais fortes. Mais pessoas. Mais veículos. Tiros atrás deles. Eles sabiam o que estavam fazendo.”

Ele também disse que as IDF têm protocolos claros que impedem as tropas de atirar contra multidões, a menos que haja uma ameaça clara.

Não tínhamos permissão para agir, a menos que fosse uma questão de vida ou morte”, explicou Y. “Foi assim que o Hamas se aproveitou da situação. Eles sabiam que tínhamos limites. Mandaram a multidão à frente como um escudo. E quando as coisas explodiram, as câmeras já estavam gravando.”

“Tivemos que escolher entre proteger a missão ou ser massacrados em um telhado. E depois somos chamados de criminosos de guerra.”

Ele acredita que o Hamas orquestrou o incidente para gerar cobertura da mídia e reforçar as alegações de crimes de guerra das IDF.

“Ao meio-dia, as manchetes diziam que atiramos em civis esfomeados”, observou ele. “Não foi isso que aconteceu. Não era uma fila para comida. Foi uma tentativa violenta de invadir o corredor.”

“Eles queriam um banho de sangue. Algo para vender à mídia. E conseguiram.”

Canais Palestinos do Telegram publicaram posteriormente uma lista com os nomes das pessoas mortas no incidente, os quais, segundo Y, corroboram a versão dos eventos apresentada pelas IDF.

““Todos homens adultos. Nenhuma mulher. Nenhuma criança”, ele observou.

Ele observou a discrepância entre a cobertura internacional dos eventos em Gaza e a cobertura de outras zonas de guerra.

“A Arábia Saudita bombardeou os Houthis durante 10 anos e enviou 5.000 caminhões de ajuda, mas não houve indignação global”, observou Y. “Israel vem bombardeando o Hamas, uma organização terrorista, há 21 meses e enviou mais de 23.000 caminhões de ajuda a Gaza, mas, de alguma forma, é acusado de matar Gaza de fome”.

Pouco depois do incidente, o governo Israelense anunciou mudanças em sua estratégia de ajuda humanitária, incluindo lançamentos aéreos em áreas livres do Hamas e pausas operacionais para permitir que caminhões da ONU transportassem ajuda das passagens de fronteira para armazéns dentro de Gaza.

De acordo com dados da ONU, a maioria dos caminhões de ajuda que entram em Gaza tem sido interceptada por saqueadores ou “atores armados”.

Os dados mostram que o Programa Mundial de Alimentos registrou o maior número de interceptações de ajuda entre as agências da ONU.

The All Israel News Staff is a team of journalists in Israel.

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