Palestinos carregam pacotes de alimentos e suprimentos de um ponto de distribuição de ajuda da GHF no “corredor de Netzarim”, no centro de Gaza, em 5 de agosto de 2025. (Foto: Ali Hassan/Flash90)
A Fundação Humanitária de Gaza (GHF), apoiada pelos EUA, expandirá suas operações dos quatro locais de distribuição que opera atualmente para 16 locais, disse o Embaixador dos EUA em Israel, Mike Huckabee, na quarta-feira.
“O plano imediato é aumentar o número de locais para 16 e começar a operá-los 24 horas por dia, para levar mais alimentos a mais pessoas de forma mais eficiente”, disse o Embaixador Huckabee durante uma aparição na Fox News.
Os comentários de Huckabee foram feitos quando ele foi questionado sobre uma reportagem recente da Axios afirmando que os EUA planejavam assumir a distribuição de ajuda na Faixa de Gaza.
“Bem, acho que o presidente dos Estados Unidos sempre tem um papel muito importante em algo assim, se decidir fazer isso”, afirmou Huckabee.
Huckabee reafirmou que o Presidente dos EUA, Trump, está determinado a levar mais ajuda a Gaza, mas quer evitar que o Hamas apreenda a ajuda.
“O presidente tem nos dito que quer que os alimentos cheguem às mãos das pessoas famintas, mas quer que isso seja feito de forma que não cheguem às mãos do Hamas”, disse Huckabee. “Foi exatamente isso que fizemos quando criamos o GHF.”
O embaixador chamou o GHF de “uma operação com base nos Estados Unidos”, observando que “tem o apoio e a cooperação das Forças de Defesa de Israel, mas não está sob o controle delas”.
Huckabee, que visitou a Faixa de Gaza e participou de uma visita a um local de distribuição da GHF com o enviado especial Steve Witkoff na semana passada, considerou a GHF um sucesso, dizendo que “o resultado tem sido fenomenal, com mais de 106 milhões de refeições servidas em quatro locais de alimentação”.
Huckabee observou que o sucesso do grupo de ajuda apoiado pelos EUA também é demonstrado pelo fato de que a ajuda “não está indo para as mãos de saqueadores e ladrões. Está indo para as mãos das pessoas que realmente vieram porque precisam de comida”.
“É isso que o presidente quer”, reiterou Huckabee.
A GHF tem sido alvo de repetidas críticas por parte das Nações Unidas e de várias outras ONGs envolvidas na distribuição de ajuda em Gaza, que acusaram a fundação apoiada pelos EUA de colocar em risco a vida dos Palestinos. A ONU citou o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, que afirma que mais de 1.000 Palestinos foram mortos por soldados das IDF perto dos locais de ajuda.
Nem a ONU nem a GHF forneceram qualquer prova das alegações, exceto citações de oficiais hospitalares. O chefe da GHF, reverendo Johnnie Moore, denunciou repetidamente as alegações como falsas.
Apesar de as IDF terem divulgado vários vídeos recentemente, e ao longo de toda a guerra, mostrando militantes armados, aparentemente de organizações terroristas, confiscando os comboios de ajuda humanitária que entravam através do mecanismo da ONU, a ONU continua negando que o Hamas esteja confiscando a ajuda.
Em um relatório publicado no início desta semana, a Axios afirmou que o Presidente Trump planeja que os EUA “assumam” a gestão da situação da ajuda humanitária em Gaza. A Axios citou um oficial dos EUA não identificado que afirmou que Trump “não está entusiasmado” com a ideia de os EUA assumirem a situação da ajuda, mas disse: “Não parece haver outra maneira”.
“O problema da fome em Gaza está piorando. Donald Trump não gosta disso. Ele não quer que bebês morram de fome. Ele quer que as mães possam amamentar seus filhos. Ele está ficando obcecado com isso”, disse o oficial, segundo a Axios.
A agência citou outro oficial anônimo dos EUA dizendo que Trump não quer que os EUA sejam o único país a pagar pela ajuda a Gaza.
“O presidente não quer ver os EUA como o único país lançando dinheiro nesse problema. É um problema global. E ele tem encarregado Witkoff e outros de garantir que todos se mobilizem, nossos amigos Europeus e nossos amigos Árabes”, disse a autoridade, segundo a reportagem.
De acordo com a Axios, autoridades de Israel concordam com o plano, pois isso tiraria parte do fardo das Forças de Defesa de Israel.
Não está claro como a admissão de responsabilidade dos EUA pela situação da ajuda humanitária se refletirá no plano Israelense de ocupar totalmente a Faixa de Gaza, o qual será votado pelo gabinete de segurança ainda hoje.
No entanto, os EUA poderiam estabelecer locais semelhantes de distribuição de ajuda no norte da Faixa de Gaza, que é controlada em sua maior parte pelas IDF, depois de voltarem seu foco para a captura da cidade de Gaza.
O Presidente Trump afirmou recentemente que a decisão de ocupar Gaza “cabe a Israel” e recusou-se a apresentar uma opinião pública sobre a questão.
