Palestinos recebem refeições de voluntários na Cidade de Gaza, em 21 de maio de 2025. (Foto: Ali Hassan/Flash90)
Jake Wood, CEO do Fundo Humanitário de Gaza (GHF) - órgão destinado a gerenciar o novo mecanismo de ajuda humanitária na Faixa de Gaza - anunciou sua renúncia na segunda-feira, antes mesmo do início da implementação do plano.
Em um comunicado à imprensa, Wood criticou o plano liderado por Israel. De acordo com Wood, “está claro que não é possível implementar esse plano e, ao mesmo tempo, aderir estritamente aos princípios humanitários de humanidade, neutralidade, imparcialidade e independência, que eu não abandonarei”.
Suas observações seguem relatos recentes de que o novo mecanismo de ajuda estaria, na prática, sob controle de Israel e, portanto, segundo ele, não poderia atender às necessidades humanitárias dos residentes de Gaza.
O GHF é um fundo com sede na Suíça, criado com o apoio de Israel e dos Estados Unidos para gerenciar o novo mecanismo de distribuição de ajuda em Gaza. A ideia era criar um sistema que garantisse que a ajuda não chegasse ao Hamas, principalmente distribuindo-a em áreas cercadas e fechadas, onde a entrada dos residentes de Gaza só seria permitida após uma triagem.
Wood declarou efetivamente que não é possível manter esse princípio sem prejudicar seriamente a capacidade de muitos residentes da Faixa de acessar a ajuda.
Sua renúncia se soma às críticas crescentes das organizações internacionais de ajuda humanitária nos últimos dias, que argumentam que o sistema proposto é impraticável como um mecanismo destinado a atender às necessidades humanitárias de Gaza.
Enquanto isso, uma remessa direta de ajuda a Gaza é esperada para hoje (segunda-feira). Prevê-se que as entregas cheguem a um milhão de palestinos em Gaza até o final da semana, no entanto, fontes familiarizadas com o assunto dizem que isso depende da aprovação final da liderança política de Israel.