Abdul Muhammad Hamdene e sua mãe na Fox News (Foto: Captura de tela)
A Fox News informou na quinta-feira que Abdul Muhammad Hamdene (“Abboud”), um menino de oito anos de Gaza anteriormente identificado erroneamente em reportagens da mídia como tendo sido morto pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) em maio, está vivo e foi evacuado em segurança com sua mãe. A Fundação Humanitária de Gaza (GHF), apoiada pelos Americanos, que liderou a busca, confirmou que Abboud e sua mãe, Najlaa, foram transferidos para um local seguro e não revelado.
“Fora da Faixa de Gaza é bom”, disse Abboud à Fox News. “Meu filho e eu sofremos muito, mas graças a Deus. Eu só quero que ele viva em paz. Sou grata a todos que nos ajudaram”, disse Najlaa.
Anthony Aguilar, um ex-oficial das forças armadas dos EUA e ex-contratado da GHF, iniciou a confusão da mídia sobre o destino do menino ao afirmar que testemunhou pessoalmente o menino sendo morto perto de um local de ajuda humanitária da GHF em Gaza em 28 de maio. No entanto, uma análise minuciosa de seu relato mostrou inconsistências, pois ele citou repetidamente três locais de distribuição diferentes da GHF como o local do incidente.
“Em toda a minha carreira, nunca testemunhei tal nível de brutalidade e uso indiscriminado e desnecessário da força contra uma população civil, uma população desarmada e faminta”, afirmou Aguilar em uma entrevista.
“Nunca testemunhei isso em todos os lugares onde fui enviado para a guerra, até estar em Gaza – nas mãos das Forças de Defesa de Israel e de contratados dos EUA”, ele acrescentou.
A GHF posteriormente refutou as alegações de Aguilar, apresentando evidências de documentos falsificados e, subsequentemente, iniciou uma investigação sobre o assunto. Os investigadores finalmente localizaram Abboud por meio de entrevistas com moradores locais de Gaza e do uso de software de reconhecimento facial e biométrico. A Fox News posteriormente obteve imagens do menino sorrindo e brincando com a equipe da GHF.
“Estamos muito felizes e profundamente aliviados por Abboud estar seguro. Esse resultado nunca foi garantido e foi alcançado graças à coragem e persistência de nossa equipe”, disse o Presidente Executivo da GHF, Johnnie Moore, em entrevista à Fox News.
Muitas pessoas se apressaram em desdobrar alegações não verificadas. Quando a vida de uma criança está em risco, os fatos devem ser mais importantes do que as manchetes”, afirmou Moore. Por motivos de segurança, Abboud e a mãe permanecerão em local não revelado.
A cobertura da mídia internacional sobre a guerra em Gaza tem sido criticada por imprecisões e parcialidade nas reportagens.
Em julho, veículos de comunicação como a BBC e o The New York Times foram acusados de usar imagens de crianças Palestinas em Gaza com doenças genéticas na cobertura de supostas condições de fome. Ao mesmo tempo, críticos argumentaram que a mídia internacional minimizou as imagens de reféns Israelenses gravemente desnutridos, como Evyatar David.
Em janeiro de 2024, a BBC emitiu um pedido de desculpas após transmitir alegações não verificadas de que as Forças de Defesa de Israel estavam executando civis de Gaza. A emissora reconheceu que, embora tivesse atribuído as acusações e incluído uma resposta do exército Israelense, “não havia feito esforços suficientes para buscar evidências corroborantes que justificassem a reportagem da alegação do Hamas”.
Uma controvérsia semelhante surgiu em outubro de 2023, quando Israel foi inicialmente acusado de bombardear o Hospital Al-Ahli em Gaza. Mais tarde, Israel apresentou provas indicando que a explosão foi causada por um foguete disparado acidentalmente pela Jihad Islâmica Palestina.
Em setembro passado, o Presidente da BBC, Samir Shah, prometeu realizar uma revisão “profunda e sistemática” da cobertura da agência de notícias no Oriente Médio, após inúmeras alegações de parcialidade contra Israel.
Anthony Aguilar em entrevista à BBC (Foto: Captura de tela)