Famílias de reféns, ex-reféns e apoiadores marcham até a filial da embaixada dos EUA em Tel Aviv, pedindo a libertação de todos os reféns, em 26 de julho de 2025. (Foto: Avshalom Sassoni/Flash90)
A organização terrorista Hamas cortou as comunicações com os mediadores esta semana, afirmando que as negociações só serão retomadas após a resolução da crise humanitária em Gaza.
Em comunicado, o Hamas afirmou sua “disposição de retomar as negociações imediatamente assim que a ajuda chegar àqueles que a merecem e a crise humanitária e a fome em Gaza cheguem ao fim”.
Enquanto isso, o Presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a endurecer o tom em relação ao grupo terrorista, escrevendo no Twitter: “A maneira mais rápida de acabar com a Crise Humanitária em Gaza é o Hamas SE RENDER E LIBERTAR OS REFÉNS!!!”
No início desta semana, Trump se inclinou para uma crítica pública a Israel ao afirmar que o país tinha “responsabilidade" sobre a situação em Gaza, observando que as imagens que emergem do enclave não podem ser falsificadas.
No entanto, ele tem culpado consistentemente o Hamas pela ausência de um novo acordo de cessar-fogo.
Uma autoridade senior de Israel disse a repórteres na quinta-feira que houve uma “ruptura nos contatos” com os negociadores do Hamas, apesar das discussões terem continuado ao longo da semana após a retirada das equipes de negociação de Israel e dos EUA do Qatar, onde as conversações estavam ocorrendo.
“O Hamas cortou a comunicação... Não há ninguém com quem conversar do outro lado. Essa também é a compreensão [do enviado especial da Casa Branca, Steve] Witkoff”, disse a autoridade.
Witkoff chegou a Israel na quinta-feira para se reunir com o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu e outras autoridades de Israel.
A Secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse aos repórteres que Witkoff e o Embaixador dos EUA em Israel, Mike Huckabee, tiveram uma “reunião muito produtiva” com Netanyahu sobre a entrega de alimentos e ajuda a Gaza.
“O Presidente Trump é um humanitário com um grande coração, e é por isso que ele enviou o enviado especial Witkoff à região em um esforço para salvar vidas e acabar com esta crise”, disse Leavitt na quinta-feira.
À luz da recusa contínua do Hamas em assinar o acordo de cessar-fogo parcial proposto – o qual previa uma trégua de dois meses em troca da libertação de cerca de metade dos reféns ainda vivos e de vários corpos –, os EUA e Israel estão, segundo consta, considerando uma mudança na sua abordagem.
Uma autoridade política sênior disse à imprensa Israelense: “Está surgindo um entendimento entre Israel e os Estados Unidos de que, diante da recusa do Hamas, a abordagem deve mudar – de um acordo para a libertação de alguns reféns para um acordo para a libertação de todos os reféns, o desmantelamento das capacidades militares do Hamas e a desmilitarização da Faixa de Gaza”.
“Não haverá mais acordos parciais”, disse a autoridade, segundo a reportagem. “Ao mesmo tempo, Israel e os EUA trabalharão para aumentar a ajuda humanitária, enquanto continuam os combates em Gaza.”
Isso marca uma mudança na abordagem de Israel em relação a um acordo, já que Netanyahu tem enfatizado consistentemente que não assinaria um acordo final para encerrar a guerra sem a remoção total do Hamas do poder em Gaza.
O Channel 12 News informou que Israel mantém várias linhas vermelhas nas quais se recusa a ceder em qualquer acordo.
Isso inclui, segundo relatos, um máximo de 500 caminhões de ajuda humanitária entrando em Gaza por dia; a exigência de que a Fundação Humanitária de Gaza continue suas operações; a recusa em libertar terroristas do Hamas que participaram do massacre de 7 de outubro; e a manutenção da presença das Forças de Defesa de Israel em um perímetro de até 800 metros (cerca de meia milha) e até 1.200 metros (três quartos de milha) em algumas áreas, ao longo da fronteira com Gaza.