Uma chama de gás em uma plataforma de produção de petróleo é vista ao lado de uma bandeira Iraniana no Golfo, em 25 de julho de 2005. (Foto: REUTERS/Raheb Homavandi/Foto de arquivo)
Os Estados Unidos anunciaram na quarta-feira a imposição de novas sanções como parte da “maior ação relacionada ao Irã desde 2018”, visando um “vasto império de transporte marítimo” de propriedade de um parente de um assessor político sênior do líder supremo Ayatollah Ali Khamenei.
As medidas anunciadas pelo Departamento do Tesouro de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) afetam 62 navios, 73 entidades e 13 indivíduos em todo o mundo, associados ao “vasto império de transporte marítimo controlado por Mohammad Hossein Shamkhani (Hossein)”, filho de Ali Shamkhani, um dos principais assessores de Khamenei.
Ali Shamkhani foi ele próprio sancionado pelos EUA em 2020.
O Departamento do Tesouro alegou que Hossein “aproveita a corrupção através da influência política do seu pai nos mais altos níveis do regime Iraniano, para construir e operar uma enorme frota de petroleiros e navios porta-contentores”.
O governo dos EUA também afirmou que “Essa rede transporta petróleo e derivados do Irã e da Rússia, bem como outras cargas, para compradores em todo o mundo, gerando dezenas de bilhões de dólares em lucros”.
O Secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou: “O império de transporte marítimo da família Shamkhani destaca como as elites do regime Iraniano aproveitam suas posições para acumular riqueza maciça e financiar o comportamento perigoso do regime”.
“As mais de 115 sanções emitidas hoje são as maiores até o momento desde que o governo Trump implementou nossa campanha de pressão máxima sobre o Irã. Estas ações colocam os Estados Unidos em primeiro lugar, visando as elites do regime que lucram, enquanto Teerã ameaça a segurança dos Estados Unidos”, ele continuou.
As sanções foram emitidas ao nos termos do Decreto Presidencial 13902, parte do quadro da Administração Trump para exercer pressão econômica máxima sobre a República Islâmica, enquanto os EUA tentam pressionar o Irã a abandonar partes de seu programa nuclear.
As exportações de petróleo, especialmente o contrabando ilegal, têm sido uma fonte significativa de renda para a República Islâmica, apesar das sanções Americanas anteriores.
O Departamento do Tesouro alega que a frota de petroleiros e navios porta-contêineres de Shamkhani altera frequentemente os operadores e as empresas de gestão, a fim de ocultar a verdadeira propriedade das embarcações e tornar mais difícil rastreá-las até a família Shamkhani.
“A rede de Shamkhani compreende uma vasta frota de navios, empresas de gestão de navios e empresas de fachada — algumas se passando por empresas legítimas de serviços financeiros — que lavam bilhões em lucros provenientes das vendas globais de petróleo bruto Iraniano e Russo e outros produtos petrolíferos, na maioria das vezes para compradores na China”, afirmou o Departamento do Tesouro. “A rede emprega medidas significativas para disfarçar suas operações e ocultar seus laços com a família Shamkhani, o Irã e a Rússia.”
O Tesouro afirmou que a rede de Hossein movimenta “bilhões de dólares” em comércio ilícito, ao mesmo tempo em que protege suas conexões com o Irã.
Entre as entidades que trabalham com a rede de Shamkhani estão empresários e empresas de países como Emirados Árabes Unidos, Índia e até mesmo várias empresas Gregas de navegação.
O Departamento do Tesouro também observou que “O objetivo final das sanções não é punir, mas promover uma mudança positiva no comportamento”.
O governo Iraniano reagiu fortemente ao anúncio, chamando a imposição de sanções de “ato criminoso”.
“As sanções unilaterais e ilegais dos EUA contra o Irã são um ato criminoso que viola os princípios fundamentais do direito internacional e dos direitos humanos e são consideradas um exemplo de crime contra a humanidade”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Iraniano, Esmaeil Baqaei, em comunicado divulgado pela Mehr News Agency.
