Fumaça sobe de uma operação militar Israelense no norte da Faixa de Gaza, vista do lado Israelense da fronteira, em 10 de agosto de 2025. Foto de Yossi Zamir/Flash90
O Egito e o Qatar estão trabalhando em uma nova proposta para um cessar-fogo e acordo sobre os reféns entre o Hamas e Israel, com previsão de conclusão na próxima semana, segundo relatos da mídia.
Como parte do esforço, uma delegação de oficiais do Hamas viajará ao Egito na segunda-feira para discutir a nova proposta com os mediadores, informou o canal de notícias do Qatar al-Araby al-Jadeed.
A reportagem acrescentou que Khalil al-Hayya, líder nominal do grupo terrorista em Gaza, viajará com a delegação.
A reportagem se segue à declaração do governo Israelense, na semana passada, de que as Forças de Defesa de Israel (IDF) capturariam em breve o restante da Faixa de Gaza. Os meios de comunicação de Israel informaram que os residentes da cidade de Gaza receberiam um aviso para evacuar a área até 7 de outubro, em um movimento simbólico.
Apesar do anúncio drástico e da tempestade de críticas internacionais que se seguiu, a decisão do gabinete Israelense, na prática, deu ao Hamas outro ultimato, criando uma janela de dois meses, que permite que as negociações de cessar-fogo sejam reiniciadas depois que o Hamas as sabotou há duas semanas.
O Ministro das Relações Exteriores Egípcio, Badr Abdelatty, reiterou no domingo a forte oposição do Cairo à expansão das operações militares Israelenses em Gaza, alertando que a medida é “muito perigosa” e levaria a uma “escalada e instabilidade” em Gaza.
Uma fonte bem-informada disse ao al-Araby al-Jadeed que os canais de negociação entre o governo Egípcio e o Hamas foram restabelecidos através da mediação Turca, após autoridades seniores do Hamas visitarem Ancara na semana passada.
No fim de semana, o enviado especial da Casa Branca, Steve Witkoff, se reuniu com o Primeiro-Ministro do Qatar, Sheikh Mohammed bin Abdul Rahman al-Thani, para discutir as negociações.
No entanto, a Axios informou que os EUA não estão mais interessados em acordos parciais, preferindo uma abordagem de “tudo ou nada” para as negociações. Portanto, o Qatar e os EUA estão trabalhando em uma proposta abrangente para encerrar a guerra.
Uma autoridade de Israel alertou que, embora Israel e os EUA estejam de acordo quanto a um possível acordo abrangente, “a diferença entre Israel e o Hamas em relação ao fim da guerra é enorme, então falar de um acordo abrangente provavelmente não faz sentido neste momento”.
Assim, o alto funcionário do Hamas, Bassem Naim, disse à Al Jazeera que o desarmamento do Hamas nem mesmo seria discutido, alegando que nenhum comandante de qualquer “facção da resistência Palestina” concordaria com isso.
Naim afirmou que a proposta máxima do Hamas exigiria o fim garantido da guerra, a retirada completa das tropas de Israel, a abertura das travessias da fronteira e a reconstrução da Faixa de Gaza.
Dadas essas condições, o Hamas poderia concordar com um cessar-fogo de cinco a sete anos. Durante esse período, começariam as negociações políticas, com foco no estabelecimento de um estado Palestino com Jerusalém como capital, e no direito de retorno dos refugiados Palestinos.
“Isso é o máximo que as facções da resistência podem propor”, disse Naim, “mas as facções não podem e não vão aceitar o desarmamento”.