A correspondente da ALL ISRAEL NEWS, Oriel Moran, no túnel do Muro das Lamentações (Foto: ALL ISRAEL NEWS)
O Muro Ociental, também conhecido como “Muro das Lamentações”, é um dos marcos mais emblemáticos de Israel. Muitas vezes confundido com o local mais sagrado do Judaísmo, o muro em si não é tão sagrado quanto o local onde ficava o templo que existia atrás dele.
Hoje, o Muro das Lamentações é o local mais próximo do Santo dos Santos onde os judeus podem orar. A área do Monte do Templo é administrada pelo Waqf da Jordânia, e apenas orações Islâmicas a Alá são permitidas, portanto, as orações no Muro das Lamentações são a segunda melhor opção.
Não são permitidas orações ao Deus de Israel no local do templo, o que é uma das razões para o “choro”, juntamente com o anseio de 2.000 anos pela restauração e reconstrução do templo destruído pelos romanos em 70 d.C.
O templo original foi construído pelo rei Salomão em 957 a.C. e um segundo foi reconstruído no mesmo local por Zorobabel em 516 a.C., após a destruição e o exílio Babilônico. No entanto, o Muro das Lamentações que vemos hoje, ou “Kotel”, como é conhecido em Hebraico, fazia parte do muro de contenção que cercava a área do templo, construído pelo rei Herodes séculos mais tarde. As enormes pedras são inclinadas nas bordas – um sinal revelador da construção Herodiana. O enorme projeto de construção de Herodes para reformar o templo começou em 19 a.C. e durou quase 50 anos antes de ser destruído novamente.
No Davidson Center, localizado ao lado do muro, você pode explorar o parque arqueológico e ver grandes pilhas de pedras originais — algumas pesando mais de 500 toneladas — que contam a história da destruição. Elas são um monumento às palavras proféticas de Yeshua que se cumpriram, exatamente como Ele disse:
E quando ele saía do templo, um dos seus discípulos disse-lhe: “Mestre, veja que pedras maravilhosas e que edifícios maravilhosos!” E Jesus disse-lhe: “Você vê esses grandes edifícios? Não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada” (Marcos 13:1-2).
Os enormes blocos são feitos de calcário e dolomita, formados ao longo de muitos anos de compressão de conchas e corais – criaturas marinhas do passado, compactadas em pedra e fósseis. Assim como as paredes e ruínas contam a rica história da terra, as próprias pedras já foram repletas de vida.
Por milênios, os Judeus vêm a este local significativo para orar, lamentar, celebrar e se conectar com algo maior do que eles mesmos. Dizem que a presença de Deus, a “Shekina” (da palavra Hebraica que significa habitar), nunca deixou a área.
Embora possa parecer uma contradição que um Deus onipresente possa habitar em um lugar, muitos acreditam que sentem Sua presença quando se aproximam do muro para orar. É tradicional colocar pequenos bilhetes entre as fendas das pedras, o que rendeu ao local o nome de “Caixa de Correio de Deus”. Duas vezes por ano, os bilhetes são cuidadosamente recolhidos e enterrados no Monte das Oliveiras.
Esta popular seção de 70 metros (230 pés) é apenas um sétimo do Muro das Lamentações original, que tem 480 metros (1.575 pés) de comprimento. A maioria de seus verdadeiros tesouros só pode ser vista no subsolo, acessível através da Cidade de Davi ou dos Túneis do Muro das Lamentações. Explorando o subsolo, é possível chegar a 90 metros (295 pés) do local onde ficava o templo e também ver os antigos caminhos que os peregrinos percorriam elo sul para chegar ao templo, e adorar. Ao contrário da praça do Muro das Lamentações, essas atrações não são gratuitas, mas valem a pena a visita.
A praça do Muro das Lamentações é uma sinagoga Ortodoxa, administrada pelo Western Wall Heritage Center e, como tal, possui áreas separadas para homens e mulheres orarem, divididas por uma “mechitza”. Os homens devem usar solidéios, fornecidos gratuitamente no muro, e roupas recatadas são exigidas, mas todos são livres para visitar e orar.
Você também pode visitar outra seção do muro que se estende até o bairro Muçulmano, conhecida como o pequeno Kotel, ou haKotel haKatan. Esta parte menos conhecida do muro está, na verdade, mais próxima de onde ficava o templo, não tem restrições e pode ser acessada gratuitamente.
Além de vir para orar e encontrar Deus, muitas vezes há celebrações e eventos importantes para ver quando se visita o Muro das Lamentações. É comum ouvir a música alegre das cerimônias de bar ou bat mitzvah, quando os jovens Judeus atingem a maioridade, e às vezes surgem cantos, danças e orações comunitárias – especialmente em momentos importantes do calendário bíblico.
Assim como as próprias pedras, o Muro das Lamentações está repleto de vida e história.
Homens Judeus rezam durante o ritual Tisha B'Av no Muro das Lamentações, na Cidade Velha de Jerusalém, em 3 de agosto de 2025. Foto de Chaim Goldberg/Flash90