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“Complexo, mas não um país inimigo?” Novos documentos revelam um nível mais profundo de envolvimento do Qatar com o Hamas antes da guerra de 7 de outubro.

As revelações parecem contradizer as afirmações de Netanyahu sobre o nível de envolvimento do Qatar.

Membro das forças de segurança do Hamas anda de motocicleta ao lado das bandeiras palestina e do Qatar durante os preparativos para a recepção comemorativa do Emir do Qatar, Sheik Hamad bin Khalifa al-Thani, em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, em 22 de outubro de 2012. O emir do Qatar, país pró-Ocidente, será o primeiro chefe de Estado a entrar na Faixa de Gaza, bloqueada, na terça-feira, em uma visita de alto nível que rompe o isolamento do movimento islâmico Hamas, apoiado pelo Irã, que tomou o poder em 2007. Foto de Abed Rahim Khatib / Flash 90

O Channel 12 News de Israel revelou documentos internos e correspondência do Hamas, supostamente descobertos durante a Guerra das Espadas de Ferro, indicando que o Qatar tem sido um importante apoiador financeiro e estratégico da organização terrorista Hamas há vários anos.

Os documentos parecem contradizer as recentes afirmações do Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu de que o financiamento do Qatar a Gaza era mínimo e de natureza principalmente humanitária.

Depois de ser investigado por ligações do Qatar com indivíduos em seu gabinete, bem como por seu próprio papel em facilitar a transferência de dinheiro do Qatar para a Faixa de Gaza, Netanyahu recentemente procurou minimizar o papel do Qatar no apoio ao Hamas antes dos massacres de 7 de outubro de 2023.

No início da guerra, quando questionado sobre sua aceitação da ajuda do Qatar, Netanyahu descreveu o Qatar como “um país complexo, mas não um país inimigo”. Há apenas duas semanas, em uma conferência de imprensa incomum com a mídia Israelense, ele voltou a abordar a questão do financiamento do Qatar.

“Vocês dizem: ‘Vocês transferiram o dinheiro do Qatar para o Hamas’. Foi apenas uma pequena porcentagem de todo o dinheiro que chegou ao Hamas”, afirmou Netanyahu, dizendo que o dinheiro foi usado principalmente para suprimentos e infraestrutura.

Os documentos indicavam que os fundos fornecidos pelo Qatar serviram como uma “artéria principal”, não só para financiar os combates em Gaza, mas também para planejar e executar o ataque de 7 de outubro e para o reforço das forças do Hamas fora da Faixa de Gaza.

O Canal 12 revelou que, durante uma reunião em 2019 entre o então Ministro das Relações Exteriores do Qatar, Mohammed al-Thani (atualmente Primeiro-Ministro do Qatar), e vários líderes do Hamas, incluindo o falecido líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, Haniyeh foi gravado dizendo a al-Thani que “a doação do Qatar é a principal artéria do movimento, o Hamas”.

Em 2021, após a Operação Guardião das Muralhas, Haniyeh escreveu ao ex-líder militar do Hamas, Yahya Sinwar, dizendo-lhe que se tinha encontrado com o emir do Catar, que concordou em dar “apoio financeiro discreto” à organização terrorista.

Haniyeh teria pedido a Sinwar que escrevesse uma carta ao Emir, “na qual você se concentra na campanha militar, em suas necessidades urgentes e dedica a vitória (em Guardião das Muralhas) a Sua Alteza”. Haniyeh teria dito a Sinwar que o Emir do Qatar “não quer que ninguém no mundo saiba” sobre seu apoio ao grupo, dizendo que o líder já havia fornecido US$ 11 milhões ao Hamas até aquele momento.

Um relatório da Autoridade Palestina (AP) afirmou que funcionários da ala militar do Hamas e da inteligência do Qatar se reuniram para supervisionar os preparativos para o treinamento de um novo batalhão das Brigadas Al-Qassam em bases militares na Turquia e no Qatar, com financiamento para a operação fornecido pelo Qatar. 

Essas “Brigadas de Retorno” seriam compostas por Palestinos que fugiram da Síria para o Líbano, durante a Guerra Civil Síria.

Os documentos também revelaram que o Hamas abandonou deliberadamente sua política de cooperação com o Egito para se aliar ao Qatar. Em correspondência entre Sinwar e Haniyeh, o primeiro afirmou: “Os Qatarianos são mais leais do que os Egípcios, amam o Hamas e são generosos”.

Além disso, os documentos demonstram que, ao contrário das recentes declarações positivas sobre o Qatar feitas pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, e pelo enviado para o Médio Oriente, Steve Witkoff, o Qatar trabalhou ativamente para minar o plano de paz “Acordo do Século” de Trump no seu primeiro mandato.

Em 2019, o Emir do Qatar expressou preocupação com o plano de paz de Trump e discutiu maneiras de impedi-lo. Ele teria dito: “Em relação à Palestina, Omã está de um lado e nós estamos do outro. A Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein, que promovem a normalização com Israel, ficarão isolados, enquanto o Paquistão e a Malásia, que se opõem à normalização, estão em uma boa posição”.

O alto funcionário do Hamas, Khaled Mashaal, concordou, afirmando: “Devemos cooperar para nos opor e frustrar o Acordo do Século”.

Em maio de 2022, Sinwar escreveu a Haniyeh, enfatizando a importância da reivindicação do Hamas de defender Al Quds.

“Devemos começar imediatamente com nossos aliados – Irã, Qatar e Turquia. A diplomacia do Qatar e da Turquia deve desempenhar um papel de liderança. Nosso papel é dificultar a respiração da ocupação e garantir que os atores internacionais cortem os laços com eles”, escreveu Sinwar.

Em comunicações internas, o Hamas também discutiu a possibilidade de o Qatar aderir ao processo de normalização entre Israel e os Estados Árabes, afirmando que tal medida significaria a “eliminação do projeto nacional Palestino”.

Essas revelações destacam a natureza problemática do papel que o Qatar desempenha atualmente na mediação das negociações de cessar-fogo e libertação de reféns entre Israel e o Hamas.

Embora o Qatar tenha negado anteriormente apoiar a ala militar do Hamas, documentos obtidos pelo Canal 12 sugerem um papel mais central do apoio do Qatar nos preparativos para os ataques de 7 de outubro.

Os documentos fornecem provas de que o Qatar serviu como um aliado fundamental do Hamas, ajudou o grupo a preparar a invasão em Israel e continua a desempenhar um papel central e preocupante nos esforços de mediação em curso.

The All Israel News Staff is a team of journalists in Israel.

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