O Ministro das Relações Exteriores do Estado de Israel, Gideon Sa'ar, se reúne com o Presidente da Zâmbia, Hakainde Hichilema, em Lusaka, em 21 de agosto de 2025. (Foto: Shlomi Amsalem/GPO)
Israel inaugurou uma nova embaixada na Zâmbia na quarta-feira, marcando a renovação das relações após décadas. A Zâmbia estabeleceu relações diplomáticas com Israel em 1966, mas as rompeu em 1973 sob pressão da Organização da Unidade Africana, a partir da Guerra do Yom Kippur.
A nova embaixada, inaugurada pelo Ministro das Relações Exteriores do Estado de Israel, Gideon Sa'ar, e seu equivalente na Zâmbia, Mulambo Haimbe, está localizada em um prédio que pertenceu à comunidade Judaica do país.
“É uma honra estar em Lusaka para a inauguração da embaixada de Israel”, disse Sa'ar, destacando os esforços para fortalecer a cooperação entre Israel e a Zâmbia em “agricultura, saúde e muito mais”.
Sa'ar também agradeceu ao Presidente da Zâmbia, Hakainde Hichilema, pela sua amizade com Israel e salientou como a inauguração da embaixada marcava “o início de um novo capítulo entre as nossas nações. Uma aliança de crentes em tradições antigas, baseada na Bíblia”.
Após o fim da Guerra Fria, a Zâmbia e Israel restabeleceram relações diplomáticas em 1991. A Zâmbia estabeleceu uma embaixada em Tel Aviv em 2015. A decisão de Israel de abrir uma embaixada na Zâmbia faz parte de uma estratégia mais abrangente de Jerusalém para ampliar e fortalecer os laços diplomáticos e comerciais com as nações Africanas.
Em agosto de 2023, o presidente da Zâmbia, Hakainde Hichilema, visitou Israel.
O presidente de Israel, Isaac Herzog, que recebeu Hichilema, elogiou as “excelentes” relações bilaterais entre Israel e a Zâmbia.
“A Zâmbia é um grande país com o qual Israel tem mantido excelentes relações há muitos anos”, afirmou Herzog em uma cerimônia em Jerusalém.
“Acreditamos nessa cooperação e no avanço econômico de nossas relações. Há tantas coisas que podemos compartilhar em tecnologia, agricultura, ciência, saúde e tantas outras áreas”, afirmou Herzog.
O líder da Zâmbia agradeceu pessoalmente a Israel pela ajuda que o país Africano recebeu ao longo dos anos.
“Vossa Excelência, como Zâmbia, somos gratos por muitas coisas que seu país fez e continua fazendo por nós. Sou beneficiário do patrocínio educacional Israelense no nível de graduação”, disse Hichilema, elogiando “a enorme experiência de Israel em tecnologia na agricultura, saúde, água e outras áreas”.
A comunidade Judaica da Zâmbia foi fundada em 1905, principalmente por imigrantes da Letônia e da Lituânia. Na década de 1950, ela havia crescido para cerca de 1.200 membros. Notavelmente, o economista Americano-Israelense, Stanley Fischer, ex-governador do Banco de Israel, nasceu lá. Ao longo das décadas, a emigração levou ao declínio dessa comunidade e, em 2024, acreditava-se que apenas 11 Judeus permaneciam no país. O renovado agir de Israel na África se estende muito além da Zâmbia, com um interesse crescente em todo o continente em fortalecer os laços com o Estado Judaico.
Em julho, seis nações – Etiópia, Seychelles, Costa do Marfim, Gabão, Guiné-Conacri e República Democrática do Congo – lançaram grupos pró-Israel com o objetivo de aprofundar as relações com Jerusalém. A medida é vista como uma das mudanças positivas mais significativas nas relações entre a África e Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Em 2024, durante uma conferência em Adis Abeba, os países Africanos apresentaram a proposta de criação dos Acordos da Rainha de Sabá, um quadro inspirado nos Acordos de Abraham e destinado a reforçar as relações entre Israelenses e Africanos.