Yonatan Urich, que foi preso na chamada investigação Qatargate, chega para uma audiência no tribunal em Lod, em 22 de maio de 2025. (Foto: Jonathan Shaul/Flash90)
Na véspera da audiência sobre sua demissão, a procuradora-geral Gali Baharav-Miara revelou no domingo várias acusações graves contra um ex-assessor do Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu, incluindo intenção de prejudicar a segurança do Estado.
Jonathan Urich, ex-assessor-chave do Primeiro-Ministro Netanyahu, deverá ser indiciado — enquanto se aguarda uma audiência — como parte do “Caso dos Documentos Vazados”. Urich e outro suspeito são acusados de vazar informações confidenciais à imprensa na tentativa de influenciar a opinião pública.
As acusações completas incluem transmissão de informações confidenciais, com a intenção de prejudicar a segurança do Estado, posse de informações confidenciais e destruição de provas.
A declaração da procuradora-geral foi feita um dia antes de uma comissão ministerial especialmente convocada para discutir sua demissão, gerando acusações de que ela estava tentando sabotar ou acelerar o processo, para garantir que fosse concluído antes de sua possível demissão.
Fontes do gabinete de Baharav-Miara disseram à i24 que o momento do anúncio tinha como objetivo evitar alegações de que a procuradora-geral não poderia convocar Urich para uma audiência, após sua demissão.
“O anúncio vergonhoso da procuradora-geral sobre a intenção de indiciar Yonatan Urich – especialmente neste momento – é uma decisão infeliz que levanta sérias preocupações”, acusou Netanyahu em um comunicado.
“Estou familiarizado com os detalhes e afirmo de forma inequívoca e clara: não houve qualquer prejuízo para a segurança do Estado. Yonatan não prejudicou a segurança do Estado. Trata-se de uma medida infundada e sem base, destinada a servir uma agenda diferente, e não o interesse público”, acrescentou o primeiro-ministro.
Os promotores argumentam que Urich e Eli Feldstein, ambos também suspeitos na investigação Qatargate, roubaram um documento confidencial supostamente escrito pelo líder do Hamas assassinado Yahya Sinwar e o vazaram para o jornal alemão BILD.
Eles teriam como objetivo distrair a opinião pública Israelense do assassinato de seis reféns Israelenses pelo Hamas e influenciar a opinião pública a favor das políticas de Netanyahu.
Em um comunicado, o gabinete da procuradora-geral afirmou que as informações vazadas eram “classificadas no mais alto nível possível [e] foram obtidas por meios secretos de inteligência, e Urich, ao expô-las, pode ter colocado em risco a segurança do Estado e vidas humanas”.
Os advogados de Urich, Amit Hadad e Noa Milstein, responderam que o seu cliente “nega todas as acusações contra ele”, salientando que ele “nunca possuiu nem transmitiu um documento confidencial e definitivamente não prejudicou a segurança nacional”.
A declaração “infundada” de Baharav-Miara “vem em um momento que não é coincidência”, acrescentaram, prometendo que a “inocência de Urich será provada sem sombra de dúvida”.