O chefe das negociações para a libertação dos reféns, Ron Dermer, discursa na conferência do Jewish News Syndicate em Jerusalém, em 28 de abril de 2025. Foto de Chaim Goldberg/Flash90
Em meio às tensões remanescentes do ataque aéreo contra líderes do Hamas em Doha, no Qatar, e ao início da incursão terrestre na Cidade de Gaza, o Ministro de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, tinha um encontro marcado com o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, em Londres, na noite de quarta-feira, em uma tentativa de retomar as negociações para um acordo de cessar-fogo em troca da libertação dos reféns.
A reportagem sobre a reunião foi publicada pelo Channel 12 News na noite de quarta-feira, que também observou que altos oficiais do Qatar estão em Londres, possivelmente para se reunir com Witkoff, embora não se saiba se eles estavam participando da reunião com Dermer.
O Canal 12 citou “uma fonte familiarizada com os detalhes” que disse que os EUA estão atualmente mediando entre Israel e o Qatar, em uma tentativa de trazer os Qatarianos de volta à mesa de negociações como mediadores, após o ataque Israelense contra o Hamas em Doha.
Essa fonte disse ao Canal 12 que os EUA estão pedindo a Israel que tome medidas mais concretas para reparar a ruptura com o governo do Qatar, depois do ataque.
O Canal 12 citou uma fonte diferente, que disse que os EUA não acreditam que as negociações entre Israel e o Hamas sobre um acordo abrangente possam avançar sem abordar a tensão que se segue ao ataque de Israel.
Ao mesmo tempo, o mediador Palestino-Americano Bishara Bahbah, que participou das negociações entre o Hamas e os EUA, disse ao Canal 12 News que acredita que as negociações podem ser reiniciadas.
Ele falou com o Canal 12 na noite de quarta-feira e culpou o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu pela falta de progresso nas negociações, dizendo ao canal que o Primeiro-Ministro “não está interessado em acabar com a guerra e não tem interesse nos reféns”.
Afirmando ter falado com o líder do Hamas apenas 45 minutos antes de sua entrevista ao Canal 12, Bahbah também disse que o Hamas perdeu a confiança nos Estados Unidos.
“Eles não confiam mais nos Estados Unidos, as garantias que Washington propõe não têm valor para eles — a confiança foi completamente abalada”, ele afirmou.
Ele disse acreditar que a liderança do Hamas deseja encerrar a guerra, mas alertou que “o Hamas não se renderá”.
“O Hamas não se renderá”, disse Bahbah ao Canal 12. “Eles têm muitos combatentes e armas. Eles estão esperando que as Forças de Defesa de Israel entrem para poderem sair.”
Bahbah solicitou aos cidadãos Israelenses que exijam o fim da guerra, dizendo “Já basta”, ao mesmo tempo em que implorou à liderança do Hamas.
Em uma mensagem ao Hamas, ele disse: “Vocês não podem permitir as mortes diárias. Vocês são responsáveis. Voltem à mesa de negociações, vamos nos comportar como adultos — pelo bem das pessoas pelas quais vocês afirmam estar lutando. Vocês estão prejudicando-as”.
O Ministro Dermer também se reuniu com o Ministro das Relações Exteriores da Síria, Asaad al-Shaibani, e com o enviado especial dos EUA à Síria, Tom Barrack, como parte das reuniões sobre um acordo de segurança entre Israel e a Síria.
Washington tem pressionado a Síria para que chegue a um acordo de segurança com Israel antes da Assembleia Geral da ONU, com alguns líderes solicitando que o cancelamento das sanções contra a Síria seja condicionado a progressos comprováveis no sentido de um acordo.
O Senador republicano Lindsey Graham disse à Axios que se reunirá com al-Shaibani para discutir o encerramento das sanções contra a Síria, e observou que apoiaria tal agir, desde que a Síria participasse de forma oficial num acordo de segurança com Israel e se juntasse a uma coligação para lutar contra as milícias do Estado Islâmico.
Ao mesmo tempo, o Presidente Sírio interino, Ahmed al-Sharaa, disse na quarta-feira que as negociações entre o seu país e Israel sobre um entendimento de segurança poderiam ter resultados “nos próximos dias”.
Os dois lados ainda não chegaram a um acordo, pois al-Sharaa exige o fim dos ataques aéreos Israelenses na Síria, a preservação da integridade territorial da Síria e o monitoramento da área de fronteira pela ONU.
