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Dois anos após o 7 de outubro, as homenagens são afogadas por um mar de indiferença na Europa

Multidão marca o segundo aniversário do massacre de 7 de outubro na cidade de Nuremberg, no sul da Alemanha — 7 de outubro de 2025 (Foto: Equipe da AIN)

Em uma noite fria de outono, na cidade de Nuremberg, ao sul da Alemanha, cerca de 150 pessoas se reuniram para marcar o segundo aniversário do massacre de 7 de outubro cometido por terroristas do Hamas em Israel.

Em determinado momento, um homem de meia-idade, visivelmente da burguesia abastada da Alemanha, passou pelo local da reunião, apressado, lançou um olhar rápido e cético, sem parar, murmurou algo sobre “apartheid” em um tom ligeiramente crítico e prosseguiu caminhando.

Para mim, isso resume a situação da solidariedade para com Israel na Alemanha e em grande parte da Europa.

A maioria das pessoas que passava por esse ponto central da zona de pedestres da cidade tentava ignorar a homenagem, em grande parte silenciosa, lançando olhares confusos para as bandeiras israelenses antes de contornar a manifestação com um amplo desvio.

Grande parte dos verdadeiros apoiadores e amigos que Israel ainda tem são membros idosos das comunidades judaicas locais e congregações evangélicas, com um punhado isolado de jovens esquerdistas que não cederam ao ódio por Israel nutrido pela esquerda.

Colocando-se contra eles, naquele dia em Nuremberg, estava um grupo que, a princípio, era muito pequeno.

Rapidamente, porém, ele cresceu em tamanho e volume, sendo empurrado para longe, pouco a pouco, por uma tropa policial, manifestando-se contra o “genocídio” israelense, usando todos os slogans que se tornaram tão clichês na Europa, nos últimos anos, quanto o são desprezíveis.

Esse grupo – com exceção de um palestino idoso que parecia ser um imigrante recém-chegado – era jovem, barulhento, em sua maioria masculino, hostil e predominantemente árabe.

Manifestantes pró-palestinos em cerimônia memorial em Nuremberg, Alemanha — 7 de outubro de 2025. (Foto: Equipe da AIN)

Falando em árabe, eles trocaram informações sobre quais cidades do Oriente Médio haviam deixado para trás.

Que estranha reviravolta da história, ter esse grupo acabando em frente à icônica igreja de São Lourenço, em Nuremberg, gritando “Kindermörder” (assassinos de crianças) para um grupo de alemães, em sua maioria idosos.

O segundo aniversário do ataque de 7 de outubro, que havia sido comemorado com a distribuição de doces nas ruas de Gaza, Berlim e muitas outras cidades, foi marcado por “Mahnwachen” (vigílias) em toda a Alemanha.

Algumas cidades, como aquelas com grandes comunidades judaicas ou grupos estudantis ou religiosos especialmente engajados, viram multidões relativamente grandes.

Em Berlim, o icônico Portão de Brandemburgo foi iluminado com as cores de Israel, ao passo que, em Mannheim e Frankfurt, as multidões pareciam chegar a centenas de pessoas.

Na capital, as autoridades proibiram uma manifestação anti-Israel planejada, levando a confrontos violentos entre a polícia e centenas de manifestantes.

Contudo, na maioria dos eventos ao longo do país, as multidões se pareciam muito com a de Nuremberg – pequenas, tímidas, idosas e solitárias em um mar de indiferença.

Organizada pela sociedade alemã-israelense e duas congregações judaicas locais, a multidão se reuniu em frente à igreja medieval, em um local que, há pouco, fora desocupado por um grupo pró-palestino que leu o nome dos habitantes de Gaza que, segundo eles, foram mortos por Israel.

Embora a vigília tivesse sido organizada e divulgada pelos canais adequados, essa multidão, apesar de estar enfeitada com bandeiras israelenses e empunhando cartazes de reféns israelenses, continuava pequena.

Do outro lado da praça, no entanto, o punhado de contra-manifestantes foi rapidamente acompanhado por grupos de imigrantes recém-chegados em busca de asilo — reconhecíveis por suas roupas características de “gangsters” — que, por acaso, passavam por ali.

Eles se revezaram para agitar as duas ou três bandeiras palestinas que alguém havia trazido e começaram a gritar “Palestina livre”.

Então, aumentando tanto o volume quanto a agressividade, começaram a gritar “assassinos de mulheres”, “assassinos de crianças”, “sangue, sangue em suas mãos” e, finalmente, gritos acusando o governo alemão de apoiar o “genocídio” em Gaza.

Apesar de terem sido empurrados, pela polícia, para cada vez mais longe da manifestação pró-Israel, eles facilmente abafaram a multidão, composta principalmente por idosos, os quais não conseguiam igualar o volume ou a intensidade dos jovens.

O que mais me impressionou foi a indiferença generalizada demonstrada pela maioria dos transeuntes.

Quase ninguém parou para olhar ou para se juntar ao lado israelense, e, para ser justo, até mesmo o lado pró-palestino continuou bem pequeno.

Um vendedor – cuja banca de legumes ficou presa na terra de ninguém, entre os dois lados – sofria em silêncio, tentando atrair os poucos curiosos para comprar seu chucrute com um desesperado “sim, por favor?”.

É claro, porém, que a maioria dos alemães não se importava com nenhum dos lados ou, se demonstravam alguma emoção, era por estar ligeiramente irritados com o incômodo de uma manifestação ocupando grande parte da praça.

Muito tem sido dito nos últimos anos sobre o suposto sentimento anti-Israel em toda a Europa, e esse é um fenômeno real e preocupante.

Entretanto, na maioria dos países, esse sentimento é impulsionado principalmente por alguns partidos políticos, por estudantes e por ONGs influentes.

A verdade é que a grande maioria da população simplesmente não se importa com a guerra entre Israel e o Hamas, nada além de uma vaga simpatia pelo “lado mais fraco” – conforme designado pela mídia tradicional de esquerda – e uma pitada de pacifismo banal.

Os grupos verdadeiramente pró-Israel em toda a Europa são uma pequena parte da população. Quase todas pertencem a comunidades judaicas, evangélicas ou a dissidentes de esquerda, que estão diminuindo em tamanho à medida que seus núcleos, literalmente, estão morrendo.

Na Alemanha, às vezes, observa-se alguns democratas-cristãos da velha guarda apoiando Israel em eventos como esse, mas eles também estão envelhecendo.

Os israelenses e judeus precisam ser gratos a eles e devem cultivar essas amizades.

A questão é que a maioria da população tem outros problemas mais urgentes em mente, como a guerra na Ucrânia, a insegurança no emprego e a inflação.

Isso deixa o campo aberto para aqueles que realmente se importam.

Aqueles que são consumidos pelo ódio aos judeus e a Israel – principalmente jovens, árabes e muçulmanos, imigrantes recém-chegados do sexo masculino, bem como pequenos grupos da extrema esquerda e radicais de direita.

Os líderes políticos da Alemanha afirmaram, em grande parte, o que se esperava que dissessem em 7 de outubro de 2025. Eles ofereceram palavras perfeitamente gentis, muitas vezes sinceras, sobre o horrível massacre de judeus em Israel.

Só que eles não sofrem pressão da população, que tem outras preocupações, e, por isso, essas palavras gentis acabam sendo abafadas e contraditas por mais um embargo de armas, expressões de “preocupação” e apelos para que Israel mostre “moderação”, em um esforço para apaziguar os ruidosos manifestantes nas ruas.

Enquanto isso, a população europeia — seja por indiferença ou por uma preocupação compreensível com problemas mais imediatos — cede as suas ruas, cada vez mais, àqueles que odeiam Israel e os judeus.

E se a manifestação que eu vi em Nuremberg serve como indício, assim que a questão de Israel deixar de ser manchete, alguns podem muito bem se voltar contra as mesmas nações que os receberam tão graciosamente.

Hanan Lischinsky has a Master’s degree in Middle East & Israel studies from Heidelberg University in Germany, where he spent part of his childhood and youth. He finished High School in Jerusalem and served in the IDF’s Intelligence Corps. Hanan and his wife live near Jerusalem, and he joined ALL ISRAEL NEWS in August 2023.

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