Ilustração: Porto de Ermoupolis, na ilha Grega de Syros, junho de 2021. (Foto: Shutterstock)
A Grécia prometeu na terça-feira à noite tomar medidas depois que ativistas anti-Israel deixaram turistas Israelenses retidos por horas em um navio de cruzeiro da Mano devido a ameaças à segurança. Buscando tranquilizar Israel, as autoridades gregas prometeram “trabalhar para distanciar dos turistas Israelenses os protestos, a fim de não prejudicar sua experiência”.
Ao todo, cerca de 1.600 passageiros do cruzeiro foram impedidos pela tripulação Israelense de deixar o navio na ilha grega de Syros devido a uma grande manifestação anti-Israel. Horas depois, os passageiros foram informados de que o navio deixaria a Grécia e seguiria para Limassol, em Chipre.
Alguns observadores descreveram a manifestação como não violenta, e a polícia local prometeu proteger os passageiros Israelenses. No entanto, a tripulação Israelense do navio, não querendo correr riscos, impediu os turistas de desembarcar. No entanto, alguns Israelenses organizaram um contra-protesto a bordo do navio, levando bandeiras Israelenses em resposta à manifestação anti-Israel.
Daniella, uma moradora de 30 anos da cidade de Ra'anana, no centro de Israel, relatou o incidente anti-Israel na Grécia.
“Havia cerca de 200 manifestantes na entrada do porto com bandeiras da Palestina. Eles não nos deixaram sair do navio e até mandaram voltar aqueles que conseguiram desembarcar. Entendo que esta é a primeira vez que o navio atracou aqui, e os manifestantes sabiam que estávamos chegando e esperaram por nós. Ontem atracamos em Rodes sem nenhum problema”, lembrou ela.
“Todos estão de bom humor”, acrescentou Daniella.
Após o incidente, autoridades Israelenses enfatizaram que “As autoridades são obrigadas a impedir danos aos Israelenses”.
Uma fonte diplomática de Israel especificou que Jerusalém espera uma ação concreta por parte das autoridades Gregas, enfatizando que “o ônus da prova agora recai sobre os Gregos”.
Um oficial anônimo em Jerusalém respondeu à controvérsia na Grécia observando que “Esses incidentes estão se acumulando. E a cobertura da mídia apenas amplifica essa sensação de inquietação. Em termos absolutos, há muito menos incidentes [pró-Palestinos] aqui do que em quase todas as capitais Europeias, de Amsterdã a Paris, de Londres a Madri”.
Após o incidente, o Ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa'ar, pediu ao principal diplomata de Atenas, Giorgos Gerapetritis, que encontrasse uma solução para o problema.
“A embaixada de Israel na Grécia está em contato com as autoridades sobre o navio e acompanhando de perto o assunto. Esforços estão em andamento para garantir que os passageiros possam desembarcar em segurança”, anunciou o Ministério das Relações Exteriores de Israel.
A Grécia e Israel desenvolveram nos últimos anos estreitas relações diplomáticas, comerciais e de segurança.
No entanto, já houve casos anteriores anti-Israel e anti-Judeus na Grécia. Em julho passado, Fahad Qubati, um árabe-Israelense residente em Nazaré, foi violentamente atacado por uma multidão anti-Semita na Grécia, que acreditava erroneamente que ele era Judeu. Ele foi posteriormente levado às pressas para Israel para receber tratamento médico avançado.
A mãe de Qubati, Jacqueline, relembrou o incidente.
“Eles perguntaram a ele: ‘De onde você é?’, e ele respondeu que era de Israel. Naquele momento, começaram a espancá-lo”, ela disse, acrescentando que seu filho disse aos agressores que ele era Árabe e não Judeu.
“Nada conseguiu persuadi-los até que um cidadão Tunisiano interveio e ajudou meu filho a provar que ele era Árabe. Só então eles se desculparam e fugiram. Poderia ter terminado em assassinato”, avaliou Jacqueline.
Quando os agressores viram que o Tunisiano usava uma cruz Cristã, finalmente se convenceram de que Qubati não era judeu e abandonaram o local.