O Primeiro-Ministro Israelense, Benjamin Netanyahu, e o Presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca, Washington, D.C., 7 de julho de 2025. (Foto: Casa Branca/X)
O Primeiro-Ministro Israelense, Benjamin Netanyahu, e o Presidente dos EUA, Donald Trump, se encontraram para jantar na Casa Branca na noite de segunda-feira, em meio a esforços para garantir um acordo de cessar-fogo e libertação dos reféns em Gaza, e tentativas de Washington de retomar as negociações com o Irã, após os ataques Israelenses e Americanos a instalações nucleares na República Islâmica.
Os dois líderes se sentaram para jantar juntos com vários assessores e conselheiros na Sala Azul da Casa Branca, onde comemoraram o sucesso da operação Iraniana e discutiram as negociações em andamento No Qatar, para o cessar-fogo e a libertação dos reféns. Foi o terceiro encontro entre os dois líderes desde que Trump voltou à Casa Branca em janeiro.
No início do jantar, Netanyahu também surpreendeu Trump ao lhe entregar uma carta de indicação ao Prêmio Nobel da Paz.
“Queria expressar minha profunda gratidão e admiração, não apenas de todos os Israelenses, mas do povo Judeu”, disse Netanyahu ao entregar a carta a Trump. “O presidente já concretizou grandes oportunidades. Ele forjou os Acordos de Abraham; está forjando a paz enquanto falamos com um país e uma região após a outra. Quero lhe entregar, Sr. Presidente, uma carta que enviei ao comitê do Prêmio Nobel. É uma indicação para o Prêmio da Paz.”
Durante comentários à imprensa antes do jantar, Trump elogiou a cooperação entre Netanyahu e ele próprio, dizendo que os dois “tiveram um enorme sucesso juntos, e acho que isso só vai se tornar um sucesso ainda maior no futuro”.
Questionado pelos repórteres sobre o plano que havia compartilhado anteriormente de transformar Gaza na “Riviera do Oriente Médio”, incentivando a migração voluntária e um projeto de reconstrução em grande escala, Trump remeteu a resposta a Netanyahu.
“Eu penso que o Presidente Trump teve uma visão brilhante”, respondeu Netanyahu. “Chama-se liberdade de escolha. Se as pessoas querem ficar, podem ficar; mas se querem partir, devem poder partir.”
Apesar do entusiasmo do governo de Israel com o plano, muito poucos países Árabes ou Muçulmanos concordaram publicamente em acolher os evacuados de Gaza a longo prazo. Alguns, como os Emirados Árabes Unidos, concordaram em acolher Palestinos que precisam de cuidados médicos de longo prazo, com a condição de que eles possam retornar a Gaza.
No entanto, Netanyahu disse que Gaza “não deve ser uma prisão. Deve ser um lugar aberto”. Ele afirmou que Israel está “trabalhando em estreita colaboração com os Estados Unidos” para encontrar países dispostos a acolher os Palestinos que desejam partir.
O Presidente Trump pareceu indicar que também continua disposto a prosseguir com a visão, embora com menos entusiasmo do que antes. Ele destacou a “grande cooperação” de vários “países vizinhos, grande cooperação de cada um deles. Portanto, algo de bom vai acontecer”, afirmou.
Apesar da falta de apoio internacional à migração voluntária de Gaza, muitos Palestinos expressaram o desejo de deixar o enclave em conflito.
Questionado sobre o apoio a uma solução de dois Estados, Netanyahu se recusou a apoiar a proposta dos Acordos de Oslo, mas afirmou o direito dos Palestinos de se governarem.
“Eu penso que os Palestinos devem ter todos os poderes para se governar, mas nenhum poder para nos ameaçar. Isso significa que um poder soberano, como a segurança geral, permanecerá sempre em nossas mãos”, explicou Netanyahu. “As pessoas dirão que não é um Estado completo, que não é um Estado. Não nos importamos.”
Enquanto isso, apesar da resposta negativa do Hamas à última proposta de cessar-fogo em troca dos reféns, Trump expressou confiança de que um acordo poderia ser alcançado em breve.
Sobre a disposição do Hamas em chegar a um acordo, Trump disse: “Eles querem se reunir e querem esse cessar-fogo”.
Ele também disse aos repórteres que não via nenhum obstáculo para um acordo.
“Não penso que haja algum obstáculo. Penso que as coisas estão indo muito bem”, disse Trump aos repórteres antes do jantar.
O enviado especial para o Oriente Médio, Steve Witkoff, que partirá para negociações em Doha, no Qatar, hoje, terça-feira, também expressou uma perspectiva positiva em relação às negociações.
“Temos uma oportunidade de finalmente chegar a um acordo de paz”, disse Witkoff aos repórteres em evento antes do jantar.
No entanto, políticos Israelenses, tanto da coalizão quanto da oposição, se opõem a quaisquer concessões que permitam ao Hamas continuar em Gaza.