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Evidências do Templo bíblico de Salomão: vigas antigas e descobertas modernas

Ran Silberman no Monte do Templo, na Cidade Velha de Jerusalém (Foto: ALL ISRAEL NEWS)

Uma História Enterrada na Madeira e no Tempo

Durante séculos, o Templo de Salomão — descrito em detalhes em 1 Reis e 2 Crônicas — permaneceu no centro do legado Judaico e Cristão. As Escrituras relatam sua grandeza, suas câmaras cobertas de ouro e suas majestosas vigas de cedro do Líbano. No entanto, para alguns, esse relato pareceu glorioso demais para ser real.

Como, perguntam os críticos, um reino tão rico e sofisticado poderia surgir apenas uma geração depois do rei Davi, o menino pastor? Por que nenhum registro extrabíblico menciona o rei Salomão pelo nome? E por que a arqueologia em Jerusalém não descobriu vestígios definitivos do Primeiro Templo?

Essas dúvidas muitas vezes não se baseiam em evidências contra o relato da Bíblia, mas na ausência de provas confirmadoras. Na verdade, a falta de uma descoberta não é o mesmo que a presença de uma contradição.

Nos últimos anos, porém, descobertas notáveis começaram a mudar a conversa — achados que podem muito bem nos conectar ao Templo que Salomão construiu há quase 3.000 anos. Uma dessas descobertas começa, inesperadamente, com um terremoto e uma mesquita.

Mesquita Al-Aqsa após o terremoto de 1927 (Foto: Wikimedia Commons)

As Vigas de Madeira da Mesquita Al-Aqsa

Em 11 de julho de 1927, um violento terremoto abalou Jerusalém, danificando a Mesquita Al-Aqsa no Monte do Templo. Seu telhado precisava de reparos urgentes e, durante o trabalho, 1.200 vigas de madeira antigas foram removidas e armazenadas temporariamente no Monte do Templo.

Sob o Mandato Britânico, algumas dessas vigas foram levadas para o recém-fundado Museu Rockefeller. Algumas peças de madeira foram decoradas com entalhes de lintéis e molduras e foram reconhecidas como artefatos valiosos do início do período Islâmico.

A história se deslocou – Israel foi fundado em 1948, Jerusalém Oriental ficou sob controle da Jordânia, com o Museu Rockefeller. Em 1967, após Jerusalém ter sido unificada na Guerra dos Seis Dias, Israel tomou posse do museu. Com o tempo, muitas das vigas armazenadas no Monte do Templo foram vendidas a um comerciante de madeira armênio chamado Moussa Bazian, reaproveitadas para móveis ou deixadas a acumular poeira em armazéns.

Vigas de madeira da Mesquita Al-Aqsa no Museu Rockefeller, em Jerusalém (Foto: Ran Silberman)

Uma inscrição Grega e uma Pista Inesperada

Então veio uma surpresa: pesquisadores Israelenses que examinavam uma viga notaram uma inscrição Grega esculpida em seu verso. Isso sugeria que a madeira havia sido reutilizada de uma construção anterior, talvez até mesmo da era Romana.

A Prof. Nili Liphschitz, chefe dos Laboratórios Botânicos da Universidade de Tel Aviv, ouviu a história e iniciou um estudo sistemático da madeira. A partir de 144 amostras, ela identificou três espécies:

  • Cedro do Líbano (Cedrus libani)

  • Cipreste Mediterrâneo (Cupressus sempervirens)

  • Carvalho Turco (Quercus cerris)

Ela também enviou amostras para datação por radiocarbono. A maioria das vigas foi datada, como esperado, dos séculos VII e VIII d.C. – a época da construção da mesquita. Mas várias eram muito mais antigas, do Período do Segundo Templo (século I d.C.). Uma viga de madeira poderia durar dois mil anos? Surpreendentemente, sím!

A maior surpresa veio com duas peças — uma de carvalho Turco e outra de cipreste Mediterrâneo — datadas dos séculos IX e VII a.C., a mesma época do Primeiro Templo!

Escrita Grega gravada em vigas de madeira no Museu Rockefeller (Foto: Ran Silberman)

Será possível que essas sejam peças do Primeiro Templo de Salomão, reutilizadas durante séculos antes de serem colocadas no telhado da mesquita?

A Bíblia e as Árvores do Templo

Mas se esses fossem os cedros trazidos por Hiram, rei de Tiro, para Salomão, eles deveriam ser cedros, não ciprestes ou carvalhos.

Espere – vamos verificar novamente o que está escrito na Bíblia:

  • 1 Reis 6:15 (NVI) – “Então ele construiu as paredes internas da casa com tábuas de cedro... e revestiu o piso da casa com tábuas de cipreste.”

  • 2 Crônicas 2:8 (NASB) – “Envie-me também madeira de cedro, cipreste e algum do Líbano, pois sei que seus servos sabem cortar madeira do Líbano; e, de fato, meus servos trabalharão com os seus servos.”

Cipreste e algum foram usados junto com madeira de cedro na construção do Templo. A identidade da árvore algum da Bíblia é incerta. Um carvalho Turco pode ser uma sugestão adequada.

As espécies de árvores presentes entre as vigas complementam o relato bíblico.

A Última Jornada de um Pesquisador

A história toma um rumo comovente. Ze'ev Ehrlich, ou “Zabo”, um estudioso e guia da Terra de Israel, adquiriu algumas vigas antigas de Moussa Bazian, armazenando-as em sua casa. A Autoridade de Antiguidades de Israel aceitou as vigas em 2022 para realizar a datação por carbono, que ainda está pendente.

Em novembro de 2024, enquanto acompanhava uma unidade da Brigada Golani das Forças de Defesa de Israel no Líbano, Zabo foi morto em uma emboscada do Hezbollah. Ele tinha 70 anos e é lembrado por sua contribuição significativa à pesquisa. Ele é conhecido por sua convicção de que:

“Na Terra de Israel, é preciso andar descalço, pois em todos os lugares que você pisa, você pisa em versículos”.

À espera do Restante da História

O trabalho de Zabo continua, com suas vigas aguardando mais datação por carbono e análise. Muitas outras vigas antigas permanecem no Monte do Templo sob o controle do Waqf Muçulmano, inacessíveis aos estudiosos Israelenses. Talvez um dia eles sejam estudados, acrescentando mais capítulos a esta história em desenvolvimento.

De uma mesquita destruída em um terremoto, através de métodos científicos modernos, pela curiosidade dos cientistas, o Templo do Rei Salomão é ecoado, e mais evidências para o relato bíblico são reveladas.

Ze’ev Ehrlich com as vigas de madeira que ele comprou de um comerciante de madeira (Foto: rede social)

Ran Silberman is a certified tour guide in Israel, with a background of many years in the Israeli Hi-Tech industry. He loves to guide visitors who believe in the God of Israel and want to follow His footsteps in the Land of the Bible. Ran also loves to teach about Israeli nature that is spoken of in the Bible.

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