O ministro da Defesa de Israel, Yisrael Katz, fala à imprensa no local onde um míssil lançado do Irã atingiu a cidade central de Holon. 19 de junho de 2025. Vários Israelenses ficaram feridos, alguns gravemente no ataque. Foto de Chaim Goldberg/FLASH90
Em meio a relatos de significativas diferenças de opinião entre os altos escalões do exército e o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu sobre o futuro da guerra em Gaza, o Ministro da Defesa, Israel Katz, defendeu o Chefe do Estado-Maior das IDF, Tenente-General Eyal Zamir.
Katz defendeu o chefe do exército após uma conversa de três horas sobre segurança, durante a qual Zamir apresentou as opções das IDF para os próximos passos na guerra e também teria atacado Netanyahu por comentários feitos por seu filho, insinuando que Zamir estava liderando um “golpe militar”.
Yair Netanyahu, que mora em Miami e é conhecido por fazer declarações altamente controversas online, criticou duramente Zamir por sua suposta objeção à tomada de toda a Faixa de Gaza pelas IDF, ao mesmo tempo em que culpou Katz por sua nomeação.
“Sim, exatamente como foi relatado — fui eu quem recomendou Eyal Zamir para o cargo de Chefe do Estado-Maior das IDF, e o Primeiro-Ministro e o governo aprovaram minha recomendação”, respondeu Katz no X.
“Acreditei que, na encruzilhada em que as IDF se encontravam na altura, ele era o candidato mais adequado para construir e liderar as forças armadas face aos muitos desafios de segurança que temos pela frente”, ele escreveu, acrescentando que, sob a sua liderança, “as IDF têm operado com uma política ofensiva e enérgica no Líbano, na Síria, na Cisjordânia, em Gaza e noutros cenários, e lideraram um ataque notável, sem precedentes e vitorioso contra o Irã”.
Katz observou que é “direito e dever” do chefe do Estado-Maior “expressar sua posição profissional nos fóruns apropriados. Uma vez que as decisões são tomadas pela liderança política, as IDF as executam de forma decisiva e profissional — como tem feito até agora em todas as esferas — até que os objetivos da guerra sejam alcançados”.
“Como Ministro da Defesa, encarregado pelo governo de supervisionar as IDF, é minha responsabilidade garantir que essas diretrizes sejam cumpridas — e assim será”, afirmou Katz.
De acordo com o Canal 12, Zamir mencionou os comentários de Yair Netanyahu durante a reunião de segurança a portas fechadas e acusou-o de atacá-lo através de comunicados publicados pelo seu gabinete.
No entanto, a Rádio do Exército negou explicitamente as notícias de que os comentários de Yair Netanyahu, uma possível demissão ou a questão de saber se o exército seguiria diretrizes políticas teriam sido abordados durante a conversa de terça-feira.
De acordo com o Canal 12, Zamir perguntou a Netanyahu: “Por que você está fazendo declarações contra mim? Por que seu filho está postando contra mim?”
Após confrontos repetidos nos últimos dias sobre a estratégia de guerra, uma fonte do Gabinete do Primeiro-Ministro disse aos meios de comunicação de Israel que Zamir recebeu uma proposta de renúncia caso se opusesse aos planos.
Netanyahu teria respondido que Zamir “não pode continuar ameaçando renunciar”, observando que seu filho é adulto e toma suas próprias decisões.
Os críticos do primeiro-ministro têm-no frequentemente acusado de estar sob a influência indevida da sua esposa e do seu filho, tomando decisões sob pressão deles.
Depois de negar que estas questões tenham sido discutidas na reunião, o correspondente militar da Rádio do Exército, Doron Kadosh, escreveu no seu canal do Telegram: “Parece que houve uma enxurrada de relatos e citações atribuídas esta noite, muitos dos quais estão em grande parte desconectados da realidade”.
“O que realmente aconteceu? O chefe do Estado-Maior apresentou duas opções militares para as operações em Gaza e, como era de se esperar, se opôs a uma conquista total da Faixa com tudo o que isso implica”, ele escreveu.
“Em vez disso, ele recomendou a estratégia de ‘cerco e desgaste’ como a alternativa preferida”.
