A ativista Sueca Greta Thunberg conversa com um policial durante um protesto pró-Palestina enquanto segura um cartaz que diz que ela apoia prisioneiros ligados à Palestine Action, uma organização que o governo Britânico proibiu como grupo terrorista. Em Londres, Grã-Bretanha, em 23 de dezembro de 2025. (Foto: Prisoners for Palestine/Divulgação via Reuters)
A ativista Sueca Greta Thunberg foi novamente presa – desta vez em Londres – por se sentar calmamente com um cartaz em apoio aos prisioneiros da Palestine Action. Seu cartaz dizia: “Eu apoio os prisioneiros da Palestine Action. Eu me oponho ao genocídio”.
Embora sua mensagem e ação possam parecer inofensivas, o grupo foi proibido em julho de 2025, de acordo com a seção 5.3 da Lei Antiterrorismo de 2000, que afirma: “O governo do Reino Unido avalia que a Palestine Action comete e participa de atos de terrorismo. Em vários ataques, a Palestine Action cometeu atos de danos graves à propriedade com o objetivo de promover sua causa política e influenciar o Governo”.
A Palestine Action é descrita na legislação como empregando “táticas de ação criminosa direta”, como invadir uma fábrica da Elbit Systems em Bristol, a maior fabricante de armas de Israel, e atacar a polícia com machados e marretas em agosto de 2024.
Eyal Yakoby on X @EYakoby Uma sargento da polícia no Reino Unido está impossibilitada de dormir, dirigir ou mesmo se vestir depois de ter sido agredida nas costas com uma marreta por uma ativista da Palestine Action. Esta manhã, Rashida Tlaib expressou sua preocupação com a detenção de membros desse grupo.
Dos oito prisioneiros detidos, quatro são acusados de roubo, danos criminais e distúrbios violentos relacionados com a invasão da fábrica da Elbit, enquanto os outros quatro aguardam julgamento por alegações de que causaram danos no valor de milhões de libras, a jatos militares após invadirem a RAF Brize Norton em junho.
Seis dos suspeitos, Qesser Zuhrah, Amu Gib, Heba Muraisi, Teuta Hoxha, Kamran Ahmed e Lewie Chiaramello – todos com idades entre 20 e 31 anos – estão em greve de fome desde novembro, embora alguns tenham desistido, restando apenas três com Chiaramello como quarto, comendo a cada dois dias. O grupo insiste que a proibição do governo deve ser suspensa e exige o fechamento da fábrica da Elbit e uma audiência com o secretário de Justiça do Reino Unido, David Lammy.
Os advogados do grupo emitiram uma carta de advertência, dizendo que solicitarão ao Supremo Tribunal que reveja a recusa de Lammy em se reunir com seus representantes se não receberem uma resposta até às 14h GMT de ontem (terça-feira), acrescentando que as políticas do serviço prisional exigem que os funcionários “façam todos os esforços” para compreender e abordar as razões pelas quais os prisioneiros em greve de fome se recusam a comer.
Os grevistas de fome receberam considerável atenção da mídia e simpatia pública no Reino Unido. No domingo, um grande comício foi realizado em frente ao Ministério da Justiça em nome do grupo, apoiado pela proeminente ativista sueca Thunberg.
A Lei do Terrorismo detalha algumas das atividades que resultaram na proibição do grupo como organização terrorista, afirmando: “Desde sua criação em 2020, a Palestine Action orquestrou uma campanha nacional de ação criminosa direta contra empresas e instituições, incluindo importantes empresas de infraestrutura nacional e de defesa que fornecem serviços e suprimentos para apoiar a Ucrânia, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), os aliados da “Five Eyes” e a empresa de defesa do Reino Unido”.
Acrescenta: “A Palestine Action também ampliou seus alvos da indústria de defesa para incluir empresas financeiras, instituições de caridade, universidades e prédios governamentais. Suas atividades aumentaram em frequência e gravidade desde o início de 2024 e seus métodos se tornaram mais agressivos, com seus membros demonstrando disposição para usar violência.”
Foram divulgadas imagens de câmeras corporais mostrando ativistas da Palestine Action atacando a polícia, revelando algumas das táticas violentas que levaram ao banimento formal do grupo. Uma policial, a sargento Kate Evans, sofreu uma fratura na coluna lombar após ter sido supostamente atingida nas costas com uma marreta por um dos ativistas, de acordo com a BBC.
Em uma declaração após o ataque, Evans disse que sentiu “dor intensa” nas costas e nas pernas e precisou de ajuda para realizar tarefas básicas, como tomar banho ou se deitar na cama, além de não conseguir dirigir ou dormir.
Familiares da prisioneira Hoxha (29) dizem que ela está com dificuldade para ficar de pé e deixou instruções para os médicos caso desmaie ou morra devido à greve de fome. Ahmed (28), também detido em prisão preventiva, disse que teme a morte diariamente, mas considera que morrer pela causa “vale a pena”, de acordo com o The Jerusalem Post.
A prisão de grande repercussão de Thunberg, de 22 anos, ocorre em um momento de grande tensão na capital do Reino Unido, após múltiplos ataques à comunidade Judaica durante o feriado de Hanukkah, juntamente com grandes protestos pró-Palestinos.