Arsen Ostrovsky, sobrevivente do tiroteio, tira fotos de uma homenagem floral na praia de Bondi, em Sydney, em 18 de dezembro de 2025. (Foto: AAP Image/Dan Himbrechts via Reuters)
Novas informações de inteligência confirmam ainda mais as suspeitas de que os agressores que assassinaram 15 Judeus Australianos na praia de Bondi, em Sydney, esta semana, tinham ligações com o grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS), anunciou o Primeiro-Ministro Anthony Albanese na quinta-feira.
Em entrevista coletiva, Albanese disse que os serviços de inteligência da Austrália encontraram um vídeo online indicando que o ataque a tiros no evento de Hanukkah foi “um ataque inspirado pelo ISIS”.
De acordo com relatórios anteriores, a Equipe Conjunta de Combate ao Terrorismo (JCTT) da Austrália estimou que os agressores haviam jurado lealdade ao grupo Estado Islâmico, depois que duas bandeiras do ISIS foram encontradas em seu carro.
Os dois teriam permanecido nas Filipinas durante quase todo o mês de novembro, com a ABC da Austrália relatando que as autoridades acreditam que eles passaram por treinamento militar de grupos afiliados ao ISIS lá. No entanto, autoridades das Filipinas afirmam que não há evidências no momento.
Albanese também disse que os dois agressores, pai e filho, não foram detectados antes porque “não faziam parte de uma célula mais ampla”.
O filho, Naveed Akram, de 24 anos, teria sido investigado por uma agência de inteligência Australiana em 2019 devido às “suas conexões com duas pessoas que posteriormente... foram para a prisão”, disse Albanese, acrescentando que a investigação concluiu que não havia “evidências” de que ele tivesse se radicalizado.
O pai de Akram foi morto pela polícia no local. Naveed sobreviveu com ferimentos graves e será acusado de 59 crimes distintos, incluindo 15 acusações de homicídio e uma acusação de ato terrorista.
Os líderes Israelenses criticaram o governo Australiano por não combater o crescente antissemitismo no país e ignorar avisos concretos de que ataques terroristas poderiam ocorrer, embora não houvesse nenhum aviso específico sobre o ataque em Bondi Beach.
Até o momento, Albanese anunciou que, em resposta ao ataque, seu governo reprimiria “aqueles que espalham ódio, divisão e radicalização” e anunciou um novo esquema nacional de recompra de armas.
O primeiro-ministro também disse que o próximo domingo seria designado como um “dia de reflexão” nacional.
“Este dia é para apoiar a comunidade Judaica, abraçá-la e todos os Australianos compartilharem sua dor”, explicou Albanese.
O primeiro-ministro manteve-se notavelmente ausente quando as primeiras das 15 vítimas foram levadas para o enterro na quarta e quinta-feira.
Os funerais do rabino Eli Schlanger (41), pai de cinco filhos e conhecido como o “rabino de Bondi”, e do rabino Yaakov Levitan (39), pai de quatro filhos, foram realizados na quarta-feira.
Na quinta-feira, Alex Kleytman (87), Tibor Weitzen (78), Reuven Morrison (62) e Matilda (10) foram sepultados.
Mais tarde na quinta-feira, Netanyahu apareceu na Sky News Australia para renovar suas críticas ao governo Australiano e a Albanese, que, segundo ele, ignorou seus avisos.
“Acho que o sinal estava claro”, acusou Netanyahu, destacando os “ataques antissemitas, a incitação, as marchas que clamavam pela ‘globalização da intifada’. O que isso significa? Significa ‘matar judeus inocentes em todo o mundo, onde quer que você esteja’”.
“Pedi a intensificação das medidas de segurança em torno das instituições Judaicas”, disse o líder Israelense, instando a uma ação mais forte contra as células terroristas para “detê-las antes que ajam”.
“Digo agora ao Governo Australiano: ‘Caramba, acordem. Não precisam de mais avisos, já receberam o suficiente’”.