Uma delegação de mais de mil Cristãos Evangélicos participa de uma oração especial fora da Cidade Velha de Jerusalém, em 4 de dezembro de 2025. (Foto: Chaim Goldberg/Flash90)
A filial norte-americana da Embaixada Cristã Internacional de Jerusalém (ICEJ) divulgou na terça-feira um documento que pretende ser uma declaração unificada dos Cristãos contra a crescente onda de antissemitismo e violência anti-Israel nos Estados Unidos e em todo o mundo.
A declaração, intitulada “Declaração Cristã Contra o Antissemitismo”, foi redigida por líderes Cristãos de várias denominações e tradições e denuncia o ódio aos Judeus como “incompatível com a fé bíblica e com os princípios de justiça, liberdade e dignidade humana que sustentam a sociedade Americana”.
A presidente da ICEJ EUA, Dra. Susan Michael, afirmou: “O antissemitismo é um mal moral que desumaniza o povo Judeu e mina os próprios alicerces de uma sociedade livre e justa”.
“Como Cristãos, somos compelidos por nossa fé a denunciar o antissemitismo de forma inequívoca e a apoiar o povo Judeu em palavras e ações”, ela continuou.
A declaração surge em meio a uma onda crescente de ataques antissemitas em todo o mundo, incluindo ataques a Judeus na Europa, nos Estados Unidos e o terrível ataque a tiros durante a celebração do Hanukkah em Bondi Beach, em Sydney, Austrália.
“Somos líderes Cristãos de todos os Estados Unidos. Viemos de muitas igrejas e denominações, com teologias distintas, mas hoje estamos unidos para denunciar a praga do antissemitismo que se espalhou por nossa grande nação”, diz a declaração. “O ódio aos Judeus é uma violação inconcebível dos princípios de justiça, liberdade e dignidade humana, princípios que todos os Americanos e nossas instituições devem procurar defender e preservar.”
A declaração vincula especificamente sua posição contra o antissemitismo aos valores bíblicos do Cristianismo e à ideia de direitos humanos encontrada na legislação dos Estados Unidos.
“Como Cristãos, reconhecemos que todos são criados à imagem e semelhança de Deus e que o antissemitismo é uma grave violação da dignidade humana enraizada nesta verdade sobre quem somos como pessoas”, continua a declaração. “O antissemitismo é perigoso não apenas para Israel e o povo Judeu, mas para todas as pessoas que compartilham os valores da democracia, da verdade, da justiça e da liberdade – valores que são ordenados e concedidos por Deus.”
Reconhecendo a história do antissemitismo Cristão, a declaração condena o supersessionismo, afirmando: “Como Cristãos, ainda devemos nos arrepender das manifestações passadas de antissemitismo em nossas igrejas. Nessa perspectiva e em apoio a esta declaração, afirmamos que o povo Judeu continua sendo o povo escolhido por Deus”.
A declaração compromete os líderes Cristãos e as congregações a uma ação pacífica em defesa dos Judeus Americanos e das instituições Judaicas, afirmando: “Como líderes Cristãos, nos oporemos – por meio de ações pacíficas e testemunhos morais claros – a qualquer pessoa que promova a violência contra Judeus e locais de culto Judaicos, bem como casas, escolas, centros comunitários, locais de negócios ou qualquer instituição identificável como Judaica. Inspiraremos nossos irmãos Cristãos em nossas congregações a se unirem a nós nesse esforço”.
O momento do lançamento da declaração durante o Hanukkah também é significativo, pois é um feriado que celebra a liberdade dos Judeus de praticar sua religião de acordo com suas tradições, apesar da perseguição.
Muitas das canções tradicionais do Hanukkah falam sobre a vitória da luz sobre as trevas e da coragem diante da perseguição.
“O silêncio das pessoas boas muitas vezes permitiu que o antissemitismo crescesse sem controle”, disse Michael. “Esta declaração é uma afirmação clara de que o ódio ao povo Judeu não encontrará lugar entre os seguidores de Jesus.”
Os interessados em ler a declaração completa ou adicionar sua assinatura podem fazê-lo aqui.
