A Primeira-Ministra Japonesa, Sanae Takaichi, profere seu primeiro discurso político no parlamento em Tóquio, em 24 de outubro de 2025, após assumir o cargo em 21 de outubro. (Foto: Kyodo via Reuters)
O Primeiro-Ministro Israelense, Benjamin Netanyahu, enviou calorosas felicitações na quinta-feira à recém-eleita primeira mulher Primeira-Ministra do Japão, Sanae Takaichi, expressando confiança de que os laços entre Israel e o Japão continuarão a se fortalecer.
“Parabéns a Sanae Takaichi por assumir o cargo de Primeira-Ministra do Japão. Estou confiante de que, sob sua liderança, o forte vínculo entre o Japão e Israel continuará a se aprofundar e florescer”, disse Netanyahu.
“Tendo tido o privilégio de receber o falecido Primeiro-Ministro Abe durante suas visitas históricas a Israel, estou ansioso para recebê-la em Israel e promover a cooperação entre nossas nações, ao escrever uma nova página na história do Japão”, acrescentou.
Takaichi, ex-ministra da Segurança Econômica e Assuntos Internos e nacionalista conservadora, garantiu a maioria nas duas casas do Parlamento do Japão no início desta semana. Ela sucede o Primeiro-Ministro Shigeru Ishiba, que renunciou em setembro após menos de um ano no cargo. Ela agora é considerada a sucessora do ex-Primeiro-Ministro do Japão Shinzo Abe, que cumpriu dois mandatos antes de ser assassinado em 2020.
Takaichi tem sido uma forte defensora do direito de Israel de se defender e, segundo relatos, elogiou o país por suas capacidades de defesa cibernética e antimísseis.
O Ministro das Relações Exteriores, Gideon Sa'ar, também expressou seus parabéns e apoio, chamando a eleição de Takaichi de “histórica” e dizendo que Israel espera aprofundar sua parceria com o Japão em vários campos para construir um futuro seguro e próspero para ambas as nações.
O Embaixador de Israel no Japão, Gilad Cohen, que manteve uma relação próxima com Takaichi nos últimos anos, descreveu-a como uma líder calorosa e amigável.
“Parabéns à Primeira-Ministra Sanae Takaichi pela sua nomeação histórica como a primeira mulher líder do Japão. Israel calorosamente deseja-lhe sucesso neste novo capítulo do Japão. Esperamos aprofundar a amizade e a cooperação entre Israel e o Japão nos próximos anos.”
Após uma recente reunião entre os dois, Takaichi escreveu nas redes sociais que as informações que recebeu de Cohen foram “inestimáveis”.
De acordo com analistas de segurança Israelenses, o Japão enfrenta desafios semelhantes aos de Israel por estar cercado por países com armas nucleares, como China, Coreia do Norte e Rússia.
O apoio declarado de Takaichi a Taiwan e sua postura dura e nacionalista em relação à China e à Coreia do Norte — juntamente com sua aliança com os objetivos estratégicos dos EUA na região Indo-Pacífico — são vistos pelos líderes de Israel como uma oportunidade para elevar a cooperação tecnológica, de segurança e econômica entre os dois países.
Apesar das tensões regionais em curso, as relações entre Israel e o Japão permanecem estreitas e estáveis. No mês passado, o Japão anunciou que não reconheceria um estado Palestino, apesar da crescente pressão internacional.
Altos funcionários Israelenses, incluindo Sa'ar, o Presidente do Knesset, Amir Ohana, e o Ministro da Economia, Nir Barkat, visitaram Tóquio recentemente. Na semana passada, o Pavilhão de Israel na Expo Mundial de Osaka atraiu quase dois milhões de visitantes — o triplo do número inicialmente esperado.
Além disso, os líderes Israelenses apontaram para laços crescentes entre as duas nações além da diplomacia. Juízes Japoneses atualmente atuam tanto no Tribunal Penal Internacional quanto na Corte Internacional de Justiça – onde são julgados casos envolvendo Israel – e os voos turísticos de Israel para o Japão estão lotados, tendo aumentado recentemente para quatro por semana.
Takaichi pode estar mais inclinada a adotar um papel mais assertivo como primeira-ministra, deixando de lado o pacifismo tradicional do país. É provável que ela dê continuidade à visão do ex-Primeiro-Ministro Shinzo Abe de uma estratégia nacional centrada na revitalização econômica, no fortalecimento das capacidades de defesa e no aprofundamento das relações com os Estados Unidos e Israel.
