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Polícia de Londres detém advogado judeu por usar Estrela de Davi em manifestação pró-palestina

Ilustrativo - Manifestação pró-palestina em Londres — 15 de outubro de 2025. (Foto: Vuk Valcic / Reuters)

A polícia de Londres deteve um advogado judeu que usava um colar com a Estrela de Davi em uma manifestação pró-palestina na capital britânica, de acordo com imagens divulgadas, no sábado, pelo The Telegraph. O homem ficou detido por 10 horas em uma delegacia de polícia na zona oeste de Londres depois que os policiais alegaram que ele havia “antagonizado” os manifestantes ao sair da área designada para o protesto.

O incidente ocorreu em 29 de agosto, em frente à embaixada de Israel, no bairro de Kensington, em Londres. Em um vídeo do encontro, os policiais argumentam que o símbolo judaico visível constituía “antagonismo.”

“Que colar você está usando?”, ouve-se um detetive perguntar ao advogado no vídeo da entrevista, argumentando que a Estrela de Davi é um potencial “emblema ou sinal antagônico.”

O incidente discriminatório provocou reações negativas de grupos de defesa das liberdades civis. 

Em declarações ao Telegraph, sob condição de anonimato, o advogado judeu disse que agiu como observador jurídico independente, com o objetivo de identificar possíveis condutas ilegais por parte dos manifestantes anti-Israel. No entanto, os policiais de Londres alegaram que ele se aproximou, repetidamente, da área isolada pró-palestina e violou as condições impostas aos contra-manifestantes quando filmou os participantes anti-Israel. 

“É ultrajante que a polícia afirme que usar uma Estrela de Davi, de alguma forma, antagoniza as pessoas... Em um ambiente de antissemitismo, não me deixarei intimidar por isso”, disse ele ao Telegraph

A Polícia Metropolitana de Londres negou que o judeu tenha sido preso por usar o colar com a Estrela de Davi, mas “por, supostamente, violar repetidas vezes” as regras que buscam separar os manifestantes dos lados opostos. A polícia também alegou que o homem ignorou, pelo menos, quatro advertências das autoridades antes de ser detido. 

Os incidentes anti-Israel e antijudaicos aumentaram drasticamente no Reino Unido desde o ataque liderado pelo Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023. Nos últimos dois anos, Londres tornou-se um ponto focal regular para alguns dos maiores comícios anti-Israel do mundo. 

Os ativistas anti-Israel, geralmente, negam que sejam motivados pelo ódio aos judeus. Contudo, slogans antissemitas tornaram-se parte integrante dos comícios contra a própria existência de Israel e dos apelos ao assassinato de judeus. 

O British Community Security Trust (CST) informou, em agosto de 2024, que um recorde de 2.000 incidentes antissemitas verificados foram registrados durante os primeiros seis meses de 2024. O relatório observou que o antissemitismo explodiu principalmente na Internet. 

“O aumento do antissemitismo online é, em parte, resultado da guerra em Gaza e da subsequente proliferação de diálogos, debates, informações e desinformação nas plataformas de mídia social, os quais, às vezes, se transformam em ódio contra os judeus”, afirmou o CST.

No início de outubro, em Yom Kippur – o dia mais sagrado do calendário judaico –, Jihad al-Shamie, cidadão britânico de ascendência síria e notável islamista, assassinou dois judeus britânicos em uma sinagoga em Manchester.

Embora o governo britânico tenha condenado o ataque antissemita, muitos judeus britânicos têm se tornado cada vez mais críticos em relação ao primeiro-ministro Keir Starmer e à maneira como seu gabinete lida com o conflito no Oriente Médio e com o antissemitismo no Reino Unido. 

“Este é o dia que esperávamos nunca ver, mas que, no fundo, sabíamos que chegaria”, escreveu o rabino-chefe britânico, Sir Ephraim Mirvis, em uma postagem no 𝕏 após o ataque mortal à sinagoga. 

“Por muito tempo, testemunhamos uma onda implacável de ódio aos judeus em nossas ruas, universidades, mídias sociais e outros lugares – este é o resultado trágico. Este não é apenas um ataque à comunidade judaica, mas um ataque aos próprios fundamentos da humanidade e aos valores de compaixão, dignidade e respeito que todos nós compartilhamos”, argumentou. 

A ex-refém Emily Damari, com dupla nacionalidade britânica e israelense, criticou as autoridades britânicas no início desta semana por proibirem os torcedores israelenses de assistirem a uma partida entre o time israelense Maccabi Tel Aviv e o Aston Villa.

“Que vergonha. Espero que vocês caiam em si e reconsiderem. Eu me pergunto o que, exatamente, aconteceu com a sociedade britânica – é como colocar uma grande placa do lado de fora do estádio dizendo ‘Proibida a entrada de judeus’. O que aconteceu com a Grã-Bretanha, onde o antissemitismo flagrante se tornou a regra? Em que tipo de mundo triste estamos vivendo?”, escreveu Damari nas redes sociais.

The All Israel News Staff is a team of journalists in Israel.

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