A Porta Israelita na Reserva Natural de Tel Dan – outra porta do período Israelita e um pódio pavimentado que lembra as descrições da Bíblia, Colinas de Golã (Foto: Shutterstock)
A Reserva Natural de Tel Dan fica no extremo norte de Israel, muito perto da fronteira com o Líbano, numa área bela e exuberante, atravessada peloRio Dan – um dos três rios que, um pouco mais ao sul, se juntam e se transformam no rio Jordão. Uma das árvores mais antigas desta bela reserva natural é um freixo Sírio oco com 120 anos, que as crianças locais começaram a chamar de “árvore do Ursinho Pooh” por ser oca.
O rio recebeu o nome do lugar ou o lugar recebeu o nome do rio, você pergunta? Nenhum dos dois. Ambos receberam o nome da tribo de Dan, que se mudou para lá durante a era dos juízes. Originalmente, eles receberam de Josué a área costeira ao redor de Jaffa e um pouco mais para o interior, onde hoje ficam Beit Shemesh e Eshtaol. É por isso que Sansão, que era da tribo de Dan, estava em Zora e Eshtaol, e porque a área metropolitana de Tel Aviv é chamada hoje de “Gush Dan” — o aglomerado de Dan.
Mas a tribo de Dan não ficou satisfeita com essa divisão e, em Juízes, capítulo 18 e seguintes, lemos como eles foram para o norte, ocuparam uma cidade chamada Laish e a renomearam como Dan, em homenagem ao seu antepassado. A cidade é chamada de Dan desde então. Mas a arqueologia é muito mais antiga do que isso. Quando vamos a Tel Dan, vemos vestígios não apenas da cidade bíblica de Dan, mas também de sua antecessora, Laish. Na verdade, seu portão é tão antigo que, quando você olha para ele, provavelmente está vendo a única estrutura ainda existente construída pelo homem, a qual Abraão viu (supondo que ele tenha passado por lá a caminho de Canaã, vindo de Harã — o que é muito plausível).
Ao longo da era dos livros de Samuel e Reis, a expressão “de Dan a Beer Sheva” significa todo o Israel, ou seja, Dan era o posto avançado do norte de Israel. Tudo ao norte disso era a terra dos Arameus e Fenícios — Síria e Líbano.
Quando Israel e Judá se dividiram em dois reinos, após a morte de Salomão, o primeiro rei de Israel, Jeroboão, construiu dois altares com bezerros de ouro. Um em Betel e outro em Dan. Os restos desse santuário ainda são visíveis hoje — embora, é claro, não haja nenhum bezerro de ouro nele.
A Estela de Tel Dan, atualmente no Museu de Israel, é uma das descobertas arqueológicas bíblicas mais importantes do século XX. Encontrada aqui em Tel Dan, em 1993, provavelmente foi encomendada pelo rei Hazael de Damasco e descreve a derrota dos reis de Israel e Judá — eventos também registrados em 2 Reis 8–9. O mais impressionante é que ela se refere a “Acazias, da Casa de Davi”, a mais antiga menção extra-bíblica conhecida a respeito do rei Davi, confirmando a existência histórica de Davi e seu legado como fundador da dinastia de Judá.
Dan foi destruída como cidade junto com o resto de Israel em 722 a.C., quando os Assírios invadiram Israel, nunca mais sendo reconstruída — até 1939, quando um grupo de jovens Sionistas estabeleceu um kibutz chamado Dan nas proximidades do Tel, o qual ainda existe hoje. Durante a era Grega e Romana, Dan não era habitada. Em vez disso, era a vizinha Cesareia de Filipe (Banias) que era a cidade grande e importante da região.
Este artigo apareceu originalmente no boletim informativo de Tuvia Pollack. Para se inscrever, clique aqui.