O Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em reunião na Casa Branca com o Presidente dos EUA, Donald Trump. 8 de julho de 2025. Foto: Benjamin Netanyahu X
O Primeiro-Ministro Israelense Benjamin Netanyahu e o Presidente dos EUA Donald Trump se reuniram na noite de terça-feira pela segunda vez em 24 horas para discutir mais detalhadamente o acordo proposto de cessar-fogo e libertação de reféns que está sendo negociado em Doha, no Qatar.
Segundo relatos, a reunião entre os dois líderes se concentrou nas divergências remanescentes entre Israel e o grupo terrorista Hamas, que ainda são consideradas significativas. Israel concordou em grande parte com a última proposta, enquanto o Hamas, apesar de inicialmente afirmar ter respondido positivamente, acabou rejeitando o acordo em sua forma atual, exigindo várias concessões de Israel.
Após a reunião, o Gabinete do Primeiro-Ministro (PMO) divulgou uma declaração sobre a discussão adicional entre os dois líderes.
“Hoje, realizei uma reunião adicional com o Presidente Trump na Casa Branca e, em seguida, uma breve reunião com o Vice-Presidente Vance” disse Netanyahu no comunicado. “Focamos nos esforços para libertar nossos reféns. Não estamos cedendo, nem por um momento, e isso é possível graças à pressão militar de nossos heróicos soldados.”
Netanyahu também reconheceu o “preço doloroso” que os combates contínuos em Gaza têm custado, com cinco soldados mortos em um ataque com um dispositivo explosivo improvisado no início desta semana.
“Infelizmente, esse esforço nos custou um preço doloroso, a perda dos melhores de nossos filhos”, continuou ele. “Mas estamos determinados a alcançar todos os nossos objetivos: a libertação de todos os nossos reféns – vivos e mortos – e a eliminação das capacidades militares e governamentais do Hamas, garantindo assim que Gaza nunca mais constituirá uma ameaça para Israel.”
A declaração também observou que Netanyahu e Trump discutiram “as implicações e possibilidades da grande vitória que alcançamos sobre o Irã”, especificamente para “expandir o círculo da paz, para expandir os Acordos de Abraham”.
A reunião entre os dois líderes durou quase uma hora e meia, sem coletiva de imprensa antes ou depois da conversa.
No entanto, falando com repórteres logo após uma reunião com o Líder Republicano na Câmara dos Deputados dos EUA, Mike Johnson, Netanyahu disse que, embora as negociações estejam em andamento, Israel ainda precisa “terminar o trabalho em Gaza”.
“Ainda temos que terminar o trabalho em Gaza, libertar todos os nossos reféns, eliminar e destruir as capacidades militares e governamentais do Hamas”, disse Netanyahu aos repórteres.
Israel tem mantido pressão militar sobre o Hamas em Gaza, mesmo com a continuação dos esforços de negociação. Isso está de acordo com declarações anteriores de Netanyahu e do Ministro da Defesa, Israel Katz, de que quaisquer negociações seriam conduzidas “sob fogo”.
A Axios informou que uma delegação do Qatar se reuniu com oficiais da Casa Branca pouco antes de Netanyahu e Trump realizarem seu primeiro jantar de reunião na noite de segunda-feira.
O Times of Israel informou que um dos principais pontos de discórdia nas negociações é a extensão da retirada das Forças de Defesa de Israel (IDF) das áreas capturadas durante a recente campanha Operação Carruagens de Gideão. De acordo com a reportagem, Israel apresentará um novo conjunto de mapas delineando sua proposta de redistribuição das tropas.
Enquanto isso, a emissora pública Kan News informou que a recente proposta do DM Katz de transferir um grande número de Palestinos evacuados para uma nova “cidade humanitária” em Rafah, se tornou um obstáculo nas negociações.
O enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, teria adiado sua partida para o Qatar, enquanto Washington tenta chegar a um acordo com Israel sobre formas de diminuir as divergências entre os dois lados. Witkoff teria dito ao gabinete de Trump que três dos quatro pontos de discórdia foram resolvidos e que ele está esperançoso de que um acordo possa ser alcançado em breve.
“Estamos esperançosos de que, até o final desta semana, teremos um acordo que nos levará a um cessar-fogo de 60 dias. Dez reféns vivos serão libertados. Nove mortos serão liberados”, disse Witkoff a repórteres na reunião do Gabinete.
Embora o comunicado oficial de Israel sobre a sessão não tenha fornecido muitos detalhes, o Israel HaYom informou que Netanyahu e Trump também discutiram maneiras de impedir que o Irã reinicie seu programa de armas nucleares e a possibilidade de ataques futuros, caso isso aconteça.
