Houthis imitam o Hezbollah: divulgam imagens de exercícios militares simulando ataques a alvos fictícios Israelenses e afirmam que se trata de uma preparação para enfrentar o inimigo Israelense e seus aliados, 5 de julho de 2025. (Foto: South 24/X)
A milícia terrorista Houthis, apoiada pelo Irã, no Iêmen, divulgou um novo vídeo de propaganda esta semana, muito semelhante aos recentes exercícios militares publicados pelo Hezbollah no Líbano.
As imagens mostram terroristas Houthis em motocicletas simulando um ataque a prédios falsos “Israelenses”. Os alvos estão marcados com Estrelas de Davi – símbolos de Israel e do povo judeu. Os Houthis afirmam que o vídeo demonstra sua prontidão para o “confronto com o inimigo Sionista e seus apoiadores”.
O vídeo termina com uma mensagem de solidariedade dirigida a Gaza: “Vocês não estão sozinhos”.
O Hezbollah, o mais poderoso representante do regime Iraniano, já havia divulgado vídeos semelhantes ameaçando invadir comunidades do norte de Israel. No entanto, depois que as forças armadas Israelenses eliminaram vários dos principais comandantes do grupo – incluindo o falecido Secretário-Geral Hassan Nasrallah – e enfraqueceram significativamente suas capacidades operacionais, o grupo jihadista com base no Líbano concordou relutantemente com um cessar-fogo em novembro de 2024. Esse cessar-fogo parece ainda estar em vigor.
Com o Hamas gravemente enfraquecido e um cessar-fogo atual entre o Irã e Israel, os Houthis emergiram como o único membro ativo da aliança liderada pelo Irã contra Israel. Enquanto os vídeos de propaganda anteriores do Hezbollah representavam uma ameaça tangível para as comunidades Israelenses próximas ao norte, o vídeo dos Houthis – mostrando agentes em motocicletas – parece menos credível, dada a distância de mais de 2.000 quilômetros (quase 1.250 milhas) entre o Iêmen e Israel.
No mês passado, Israel lançou a Operação Leão Ascendente, uma ofensiva militar sem precedentes contra as capacidades nucleares e militares do Irã. A Força Aérea Israelense (IAF) e a agência de espionagem estrangeira Mossad também eliminaram muitos líderes militares Iranianos, incluindo cientistas nucleares de alto escalão. Na época, o Hezbollah rejeitou os apelos do Irã para se juntar à luta contra Israel.
Após 12 dias de guerra, o Irã e Israel concordaram com um cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos e pelo Qatar. Apesar do fim dos combates, os Houthis continuaram a lançar ataques com mísseis e drones contra Israel.
As defesas aéreas de Israel interceptaram e neutralizaram com sucesso a grande maioria dos ataques dos Houthis. No entanto, os líderes Houthis sinalizaram que estão preparados para continuar a agressão enquanto a guerra com o Hamas continuar na Faixa de Gaza.
O Presidente dos EUA, Donald Trump, que tem pressionado por um cessar-fogo em Gaza e pela libertação dos reféns Israelenses restantes, indicou que um cessar-fogo entre o Hamas e Israel poderá ser alcançado em breve.
Com as defesas militares Iranianas significativamente enfraquecidas, os Houthis pretendem, alegadamente, fortalecer a sua economia posicionando-se como um grande produtor de Captagon, uma droga anteriormente fabricada pelo regime de Assad na Síria.
Mataher al-Shaibi, um oficial de segurança do Iêmen alinhado com o governo internacionalmente reconhecido em Aden, alertou recentemente que o emergente império das drogas dos Houthis representa uma ameaça à estabilidade regional.
“Isso representa uma grave ameaça à segurança e à estabilidade do Iêmen e de toda a região”, afirmou al-Shaibi.
O Ministro da Informação do Iêmen, Moammar al-Eryani, expressou preocupações semelhantes, observando que os Houthis estão explorando o vácuo de poder deixado pelo colapso do regime pró-Irã de Assad na Síria, em dezembro de 2024.
“Com o papel de Assad diminuído, os Houthis entraram em cena para produzir e contrabandear Captagon, explorando instalações farmacêuticas em Sana'a para a produção”, disse al-Eryani.
O ministro Iemenita apelou à comunidade internacional para que se unisse contra a ameaça dos Houthis, alertando: “Se não forem controlados, os Houthis transformarão o Iêmen num centro regional de tráfico de narcóticos, comprometendo a segurança em todo o Golfo.”
