Reunião entre o Presidente da República, Emmanuel Macron, e Mahmoud Abbas, Presidente do Estado da Palestina, no Palácio do Eliseu, em Paris, França, em 11 de novembro de 2025. (Foto: Reuters Connect por Lionel Urman)
A França ajudará a Autoridade Palestina a redigir uma constituição para um futuro estado, afirmou o Presidente Emmanuel Macron ao receber o Presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, em Paris, para uma reunião na terça-feira.
Macron, que liderou um esforço para obter o reconhecimento do “Estado da Palestina”, inclusive na Assembleia Geral da ONU em setembro, disse que a França e a Autoridade Palestina criarão um comitê conjunto para melhorar a primeira versão do projeto, que Abbas lhe apresentou.
“Este comitê será responsável por trabalhar em todos os aspectos legais: constitucionais, institucionais e organizacionais”, disse Macron aos repórteres.
A França e outras nações, particularmente os Estados Árabes, continuam a apoiar a transferência da administração da Faixa de Gaza para a Autoridade Palestina, após a autoridade passar por reformas.
Israel se opôs veementemente a qualquer envolvimento da Autoridade Palestina no futuro de Gaza, enquanto os EUA condicionaram isso à implementação de reformas significativas.
Abbas enfatizou após a reunião com Macron que está comprometido em realizar essas reformas, incluindo “a realização de eleições presidenciais e parlamentares após o fim da guerra”.
Abbas detém poderes quase ditatoriais nas áreas controladas pela Autoridade Palestina da Judeia e Samaria (Cisjordânia) desde as últimas eleições realizadas nessas áreas em 2005. Desde então, ele adiou várias eleições planejadas.
“Estamos quase concluindo um projeto de constituição provisória do Estado da Palestina e as leis sobre eleições e partidos políticos”, disse Abbas, acrescentando que concordou “com o rápido estabelecimento do comitê constitucional”.
“Estamos comprometidos com uma cultura de diálogo e paz”, disse o presidente. “E queremos um Estado democrático, desarmado, comprometido com o Estado de Direito, a transparência, a justiça, o pluralismo e a rotação do poder”.
Macron prometeu continuar a assistência da França à Autoridade Palestina, transferindo 100 milhões de euros (US$ 116,62 milhões) em ajuda humanitária para Gaza este ano.
De acordo com um alto funcionário da França citado pelo Times of Israel, a França também levantou suas preocupações à Autoridade Palestina (AP) em relação a relatos de pagamentos feitos a terroristas Palestinos presos em Israel, apesar das garantias da AP de que sua prática de “pagamento por assassinato” havia sido interrompida.
O Ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa’ar, afirmou que Abbas está “tentando enganar o mundo ao demitir o Ministro das Finanças da AP, Omar Bitar, por causa dos pagamentos feitos a prisioneiros de segurança Palestinos.
Apesar dos esforços da Autoridade Palestina para criar a impressão de que encerrou o chamado programa de “pagamento por assassinato”, relatos recentes e declarações em língua Árabe por parte de funcionários da Autoridade Palestina indicam que o programa foi apenas modificado para evitar o escrutínio internacional, mas não foi abandonado.
Macron disse posteriormente aos repórteres que Abbas se comprometeu a permitir que uma empresa Americana auditasse a Autoridade Palestina para confirmar que não havia mais pagamentos desse tipo.
A Autoridade Palestina espera que uma equipe dos EUA chegue no início do próximo ano para iniciar a auditoria, disse uma autoridade Palestina ao The Times of Israel na segunda-feira.
Durante a coletiva de imprensa conjunta, Macron também reiterou suas advertências contra qualquer anexação de Israel na Judeia e Samaria.
“Planos de anexação parcial ou total, sejam legais ou de fato, constituem uma linha vermelha à qual responderemos com firmeza junto com nossos parceiros Europeus”, ele disse.
“A violência dos colonos e a aceleração dos projetos de colonização estão atingindo novos patamares, ameaçando a estabilidade da Cisjordânia e constituindo violações do direito internacional”, acrescentou Macron.