Um homem está ao lado dos escombros em um local danificado após ataques de Israel, nos subúrbios ao sul de Beirute, no Líbano, em 6 de junho de 2025. (Foto: REUTERS/Ali Hankir)
Na noite de quinta-feira, as Forças de Defesa de Israel atacaram várias instalações subterrâneas que o grupo terrorista Hezbollah usava para fabricar drones em Beirute e no sul do Líbano. Este ataque provocou fortes condenações por parte do governo Libanês.
Após emitir ordens de evacuação para várias áreas em Beirute e, posteriormente, na cidade de Ain Kanah, no sul do país, a Força Aérea Israelense “atacou com precisão locais de produção e instalações de armazenamento de drones usados pela Unidade Aérea do Hezbollah (127)”, afirmou a IDF.
O Presidente do Líbano, Joseph Aoun, condenou veementemente a “violação flagrante de um acordo internacional”, alegando que era “uma prova clara da rejeição do perpetrador aos requisitos de estabilidade, acordo e paz justa na nossa região”.
Na manhã seguinte, o Ministro da Defesa, Israel Katz, respondeu a Aoun, enfatizando que não haveria “paz em Beirute nem ordem e estabilidade no Líbano sem segurança para o Estado de Israel. Os acordos devem ser respeitados e, se vocês não fizerem o que é necessário, continuaremos a agir com grande força”.
Antes dos ataques, Katz havia enfatizado que Israel responsabiliza o governo Libanês “diretamente pela prevenção de violações do cessar-fogo e todas as atividades terroristas contra o Estado de Israel”.
De acordo com as Forças de Defesa de Israel (IDF), a unidade aérea do Hezbollah lançou mais de 1.000 drones contra Israel durante a guerra e continua a operar contra o Estado Judaico, apesar do acordo de cessar-fogo.
“A unidade está trabalhando para produzir milhares de drones sob a direção e financiamento de terroristas Iranianos”, afirmou as IDF, acrescentando que “o Irã financiou e dirigiu ataques terroristas por meio desse projeto... Terroristas do Hezbollah viajam ao Irã para treinamento em sistemas de produção, o que apoia a capacidade do grupo de fabricar drones de forma independente dentro do Líbano”.
Os militares também enfatizaram que as instalações em Beirute estavam, mais uma vez, “localizadas em uma área civil densamente povoada”.
Antes dos ataques, o porta-voz em lingua Árabe das Forças de Defesa de Israel, Col. Avichay Adraee, emitiu ordens de evacuação para as áreas ao redor dos alvos, e os meios de comunicação Libaneses relataram grandes engarrafamentos devido à fuga dos moradores do bairro de Dahiyeh, principal reduto do Hezbollah e localização da maioria de suas instalações estratégicas.
A mídia Libanesa informou que o exército Libanês tentou evitar os ataques israelenses invadindo os edifícios alvos. Uma fonte de segurança disse à Al Jazeera: “O exército Libanês tentou revistar os edifícios, mas Israel recusou-se a acatar o pedido do Líbano para permitir as buscas e insistiu em começar a bombardear os edifícios.”
O Primeiro-Ministro do Líbano, Nawaf Salam, também condenou veementemente os ataques, que classificou como “um ataque sistemático e deliberado à nossa pátria, à sua segurança, estabilidade e economia” e uma “violação flagrante da soberania do Líbano e da Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU”.
No início do dia, ele havia afirmado a determinação de seu governo em “restaurar sua autoridade sobre todo o território nacional... e ter o monopólio das armas”, o que significa o desarmamento do Hezbollah.
No entanto, ele pretende convencer o grupo terrorista a entregar suas armas em um processo político acordado, sem confrontar diretamente as milícias ainda poderosas do grupo.
Apenas no sul do Líbano, na área ao sul do rio Litani, conforme estipulado no acordo de cessar-fogo, as Forças Armadas Libanesas (LAF) realizaram até agora incursões ativas e desmantelaram a infraestrutura do Hezbollah em grande escala.
Salam disse na quinta-feira que a LAF desmantelou “mais de 500 posições militares e depósitos de armas”.
Nos termos do cessar-fogo, o Hezbollah teve que retirar todos os seus combatentes e desmantelar toda a infraestrutura militar ao sul do Litani. Ao mesmo tempo, as LAF deveriam mobilizar suas forças em toda a área para preencher o vácuo deixado pelo Hezbollah.
Apesar disso, as IDF continuaram a atacar esporadicamente locais ativos do Hezbollah, incluindo alguns localizados ao sul do Litani.