Ministra das Relações Exteriores, Penny Wong, em uma coletiva de imprensa na Casa do Parlamento em Canberra, segunda-feira, 11 de agosto de 2025. (Foto: via Reuters)
A troca de acusações entre a Austrália e Israel continuou na segunda-feira, quando a Ministra das Relações Exteriores da Austrália, Penny Wong, acusou Israel de se isolar após o cancelamento dos vistos de diplomatas Australianos.
A medida foi tomada em resposta ao cancelamento do visto do membro do Knesset Israelense, Simcha Rothman, pela Austrália e à proibição de sua entrada no país por três anos.
Nos últimos anos, o governo trabalhista do Primeiro-Ministro Anthony Albanese adotou uma postura hostil em relação a Israel, proibindo várias figuras Israelenses de entrar no país, sancionando ministros e prometendo reconhecer um Estado Palestino na assembleia da ONU em setembro.
Em resposta, o Ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa'ar, decidiu “revogar os vistos de residência dos representantes da Austrália na Autoridade Palestina”, prometendo que Israel “tomaria mais medidas”.
De acordo com o Israel Hayom, trata-se de três diplomatas oficialmente registrados que residem em Israel, mas têm a tarefa de manter relações com a Autoridade Palestina.
Seus vistos foram cancelados imediatamente e eles devem deixar o país o mais rápido possível, levando em consideração as necessidades técnicas. “Estamos falando de dias, não semanas”, uma autoridade senior de Israel explicou.
A Ministra das Relações Exteriores da Austrália, Penny Wong, criticou a medida Israelense como uma “reação injustificada”.
“Em um momento em que o diálogo e a diplomacia são mais necessários do que nunca, o Governo Netanyahu está isolando Israel e minando os esforços internacionais em prol da paz e de uma solução de dois estados” ela disse em um comunicado.
Apesar da medida Israelense, ela prometeu que a Austrália continuaria seus esforços em prol de “uma solução para dois estados, um cessar-fogo em Gaza e a libertação dos reféns”.
David Littleproud, político da oposição Australiana e líder do Partido Nacional, disse à Sky News que a retaliação foi “mais um fracasso diplomático do governo Albanese, baseado em ideologia”.
“Este é um incidente preocupante, e penso que [o Ministro do Interior] Tony Burke deve, em primeiro lugar, apresentar uma lista completa das razões que levaram ao cancelamento deste visto”, ele afirmou.
“É isto o que acontece no mundo real, e não estamos isolados disso. É importante compreender que precisamos manter boas relações diplomáticas com Israel.”
Enquanto isso, o líder da oposição Israelense, Yair Lapid, criticou, na noite de segunda-feira, a resposta do governo Israelense aos vários países que declararam sua intenção de reconhecer um estado Palestino, antes de uma discussão planejada sobre o assunto.
“Os ministros extremistas têm uma variedade de propostas que só vão piorar o colapso diplomático (que já é o pior fracasso diplomático e de relações públicas de todos os tempos)”, acusou Lapid.
“Mas, em vez disso, aqui está uma proposta prática que realmente melhoraria a situação: o governo deveria anunciar que aceita a parte da declaração na qual 22 países Árabes exortaram o Hamas a depor as armas e deixar Gaza — e que ficaria feliz em discutir tudo o mais, assim que isso acontecesse.”