Membros das Brigadas Al-Qassam fazem guarda enquanto Palestinos aguardam a entrega dos reféns Israelenses à Cruz Vermelha, como parte do acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, em Rafah, em 22 de fevereiro de 2025. (Foto: Saeed Mohammed/Flash90)
A British Broadcasting Corporation (BBC) informou na manhã de sexta-feira, citando um alto funcionário do Hamas, que a organização terrorista deve rejeitar a nova proposta de cessar-fogo e libertação de reféns baseada no plano do enviado dos EUA, Steve Witkoff.
Segundo o funcionário, o acordo não atende às principais exigências do Hamas, que são o compromisso de transformar o cessar-fogo temporário em permanente, e um protocolo que permita o aumento do fluxo de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza. O funcionário acrescentou que o Hamas ainda está em contato com os mediadores e emitirá uma resposta oficial em breve.
Conforme noticiado esta manhã no programa de rádio “This Morning” da Kan Reshet Bet, o quadro atualizado apresentado por Witkoff mantém a ambiguidade quanto ao fim da guerra. Ele afirma que as negociações para um cessar-fogo permanente continuarão durante o cessar-fogo temporário de 60 dias e que os combates não serão retomados enquanto as negociações forem conduzidas “de boa fé” após esse período.
Inusitadamente, o documento também inclui referências específicas ao envolvimento do enviado Witkoff – que chegará à região para gerenciar as negociações – e do Presidente Donald Trump, que anunciará pessoalmente o acordo de cessar-fogo.
Na noite de quinta-feira, no Kan News foi informado que altos funcionários de Israel envolvidos nas negociações dos reféns acreditam que as chances de se chegar a um acordo são atualmente altas, mas dependem da posição do Hamas. O governo dos EUA também expressou forte otimismo, a ponto de Witkoff querer finalizar um acordo nos próximos dias, mesmo após a rodada de negociações nucleares deste fim de semana.
No entanto, a questão depende da resposta do Hamas à controversa questão das garantias dos Estados Unidos de respeitar o acordo e o cessar-fogo. De acordo com fontes, é assim que o acordo Witkoff formula a questão: “As negociações para um cessar-fogo permanente continuarão durante o cessar-fogo temporário de 60 dias, e o cessar-fogo será prorrogado para além desses 60 dias, desde que as negociações continuem positivas.” De acordo com fontes familiarizadas com a questão, trata-se de uma “formulação sofisticada” que não inclui um compromisso firme de pôr fim à guerra.
Uma fonte política afirmou que, ao contrário do que foi noticiado, Israel não reconhece qualquer acordo do Hamas com o esboço de Witkoff. O Hamas também negou qualquer acordo, com o canal de notícias Al-Aqsa, ligado ao grupo terrorista, informando que “o Hamas ainda está analisando a última proposta; não é verdade que tenha concordado com ela”.
Além disso, o Kan News noticiou na quinta-feira, pela primeira vez, que fontes envolvidas nas negociações disseram que o Hamas está insatisfeito com o novo esboço de Witkoff e está tendo dificuldades para aceitá-lo. De acordo com as fontes, a organização ficou irritada com o fato de que o esboço não garante um cessar-fogo abrangente e a retirada total das Forças de Defesa de Israel da Faixa de Gaza.