O Embaixador dos EUA em Israel, Mike Huckabee, na aldeia de Taybeh. (Foto: Captura de tela das redes sociais, usada nos termos da seção 27A da lei de direitos autorais)
O Embaixador dos EUA em Israel, Mike Huckabee, exigiu “consequências severas” para os autores de um incêndio que causou pequenos danos a uma igreja na semana passada, durante sua visita à vila de Taybeh, a última vila de maioria Cristã na Cisjordânia.
A visita de Huckabee no sábado ocorreu após a revelação de suas críticas incomumente duras a Israel, na quinta-feira, e sua denúncia do recente assassinato de um Americano-Palestino, que ele chamou de “terrorismo”.
Ele repetiu essa escolha de palavras no sábado, ao dizer aos moradores e líderes locais que “qualquer profanação a um lugar sagrado – não importa se é uma igreja, uma mesquita ou uma sinagoga – é inaceitável. Cometer um ato de sacrilégio profanando um lugar que deveria ser um local de culto, é um ato de terrorismo e é um crime”.
Em outras postagens no 𝕏, Huckabee observou que Taybeh é uma “vila tranquila” com muitos residentes Americanos, acrescentando: “Eu trabalho para TODOS os cidadãos Americanos que vivem em Israel — Judeus, Muçulmanos ou Cristãos. Quando eles são aterrorizados ou vítimas de crimes, eu exijo que os responsáveis sejam punidos com consequências reais”.
Em uma declaração separada publicada pelo Departamento de Estado, Huckabee disse: “Deve haver consequências, e devem ser consequências severas, porque este é um dos últimos bastiões da nossa civilização, os lugares onde adoramos.”
“O que aconteceu aqui é uma farsa absoluta, e é meu desejo fazer todo o possível para que o povo desta vila pacífica saiba que certamente insistiremos para que aqueles que cometem atos de terror e violência em Taybeh – ou em qualquer outro lugar – sejam encontrados e processados.”
Insinuando críticas à resposta do sistema de segurança Israelense ao incidente, ele acrescentou: “Não basta apenas repreender, isso não é suficiente. As pessoas precisam pagar um preço por fazer algo que destrói o que pertence, não apenas a outras pessoas, mas o que pertence a Deus”.
Huckabee tem sido um defensor vocal do direito de Israel à terra bíblica da Judeia e Samaria (Cisjordânia) ao longo de sua vida, dando à sua visita e escolha de palavras um peso particular.
A área maior de Taybeh, que fica a vários quilômetros a nordeste da capital da Autoridade Palestina, Ramallah, tem sido palco de violência crescente nas útimas semanas, entre grupos de colonos radicais e residentes locais.
Vários casos de incêndio criminoso, que danificaram a igreja e o cemitério próximo, foram atribuídos, pelos Palestinos, aos colonos Judeus.
O embaixador de Israel no Vaticano, Yaron Sideman, declarou na semana passada: “Levamos muito a sério incidentes como o ataque relatado na vila de Taybeh e estamos examinando minuciosamente as circunstâncias. Se um crime foi cometido, ele será totalmente investigado e os responsáveis serão levados à justiça”.
O incêndio foi duramente condenado pelos líderes da igreja local, bem como pelo rei Abdullah II da Jordânia.
O Patriarca Ortodoxo Teófilo III de Jerusalém e o Patriarca Católico Latino de Jerusalém, Pierbattista Pizzaballa, consideraram os ataques dos colonos uma ameaça ao patrimônio Cristão na região, e exigiram uma investigação sobre a falta de resposta das autoridades Israelenses.
As relações entre Israel e o mundo Cristão deterioraram-se significativamente nas últimas semanas, em meio a vários incidentes envolvendo Cristãos locais.
Na sexta-feira, o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu falou com o Papa Leão XVI para expressar novamente “o pesar de Israel pelo trágico incidente em que munições perdidas acidentalmente atingiram a Igreja da Sagrada Família em Gaza. Ele enviou as sinceras condolências de Israel às famílias das pessoas feridas no incidente”.
O gabinete do primeiro-Ministro acrescentou que Netanyahu também informou o Papa “sobre os esforços de Israel para garantir um acordo de libertação dos reféns e um cessar-fogo de 60 dias em Gaza, esforços que até agora não foram correspondidos pelo Hamas”.