O Embaixador de Israel nos EUA, Yechiel Leiter, na residência do Presidente em Jerusalém, em 16 de fevereiro de 2025. Foto de Yonatan Sindel/Flash90
O embaixador de Israel nos Estados Unidos, Yechiel “Michael” Leiter, falou à mídia Americana no domingo sobre a Operação Leão Ascendente, ressaltando que Israel não está interessado em conter a guerra no momento.
Em entrevista ao programa “This Week”, da ABC, apresentado por Martha Raddatz, Leiter foi questionado sobre como Israel evitaria uma escalada e tentaria conter a guerra.
“Martha, o objetivo não é conter a guerra”, respondeu Leiter. “O objetivo é vencer a guerra.”
“Olha, há 80 anos, tínhamos um homenzinho com bigode correndo pela Europa e ninguém acreditava nele quando dizia que iria destruir o povo Judeu. Perdemos seis milhões. Agora temos um novo Hitler enlouquecido correndo pelo Oriente Médio dizendo que vai nos destruir”, continuou Leiter.
“Temos que acreditar nele. Essa é a sua intenção. Ele diz isso todos os dias. Ele tem um plano concreto para nos destruir.”
Leiter também afirmou que Israel vê a ameaça Iraniana como uma ameaça existencial.
“Isso não é brincadeira. É muito sério para nós. É existencial”, observou o embaixador.
Leiter fez comentários semelhantes durante uma entrevista no programa “FOX News Sunday”, apresentado por Shannon Bream. Depois de identificar tanto o programa secreto de armas nucleares do Irã quanto seu programa de mísseis balísticos, o Embaixador Leiter disse que as Forças de Defesa de Israel estão lutando “para garantir a sobrevivência do Estado de Israel”.
“O que estamos fazendo é impedir a guerra, não a promover”, disse Leiter a Bream.
Quando questionado por Raddatz, da ABC, se o Líder Supremo Iraniano, Ayatollah Ali Khamenei, está “fora da lista de alvos”, Leiter se recusou a dar uma resposta definitiva.
“Acho que é justo dizer que ninguém que ameaça a destruição de Israel deve estar fora da lista de alvos. Mas não vamos discutir indivíduos específicos online”, disse Leiter.
“A ideia é neutralizar e acabar com a intenção do Irã de destruir Israel com armas nucleares e mísseis balísticos”, continuou o embaixador de Israel. “E qualquer pessoa que se intrometa nisso ou que esteja realmente promovendo essa causa de destruir Israel é obviamente alguém com quem teremos que lidar.”
Leiter também confirmou a declaração do Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu, dizendo que a guerra poderia durar semanas, não dias, e acrescentou: “Temos mais por vir.”
Em ambas as entrevistas, Leiter disse que Israel apenas pediu apoio defensivo aos EUA, não apoio ofensivo.
Quando questionado por Bream se havia “alguma indicação” de que os EUA forneceriam apoio militar para atacar a instalação nuclear subterrânea de Fordow, no Irã – especificamente usando bombas pesadas de seu arsenal para destruir bunkers –, Leiter se recusou a dar uma resposta direta, dizendo: “Olha, essa é uma decisão que o governo dos Estados Unidos tem que tomar”.
Ele afirmou que Israel “lidaria com o programa nuclear da melhor maneira possível”.
“Ainda temos algumas surpresas na manga”, afirmou Leiter. “Acho que provamos isso nos últimos dias”.
“Neste momento, o que solicitamos ao nosso aliado, nosso maior aliado, os Estados Unidos, é uma postura defensiva”, continuou Leiter.
“Eles estão ajudando a proteger nossos civis por meio de sistemas de mísseis defensivos”, afirmou Leiter sobre o sistema de defesa antimísseis THAAD, que os EUA enviaram a Israel para ajudar na defesa contra ataques com mísseis balísticos.
Durante a entrevista à ABC, Leiter também rejeitou a ideia de que Israel e os EUA estão em desacordo sobre os combates, dizendo a Raddatz: “Na sexta-feira de manhã, o presidente estava realmente muito satisfeito com nossos ataques iniciais. E ele escreveu claramente que sabia das nossas intenções”.
Quando Raddatz pressionou por esclarecimentos, observando que Trump havia declarado que não queria que Israel atacasse, Leiter rebateu, contradizendo sua afirmação.
“Ele quer que o programa nuclear no Irã seja totalmente interrompido”, esclareceu Leiter.
“Ele disse isso muito claramente: desmantelar as centrífugas, desmantelar a infraestrutura e interromper totalmente o enriquecimento de urânio. Portanto, se isso puder ser alcançado por meio de negociações, que assim seja. Ficaremos muito felizes. Mas não foi o que aconteceu.”
