Operação das Forças de Defesa de Israel no sul da Síria, 7 de julho de 2025. Foto: IDF X
As Forças de Defesa de Israel (IDF) permitiram a divulgação de novas informações sobre a operação especial conduzida por soldados da reserva em território Sírio, para prender membros de uma célula terrorista pertencente à Força Quds do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC).
A operação, realizada há cerca de duas semanas, no final de junho, foi uma incursão surpresa baseada em informações de inteligência coletadas durante interrogatórios de suspeitos anteriormente presos no sul do território Sírio, perto das Colinas de Golã, de acordo com o Ynet News.
Essa operação específica foi conduzida após informações indicarem que a célula terrorista da Força Quds estava preparando um ataque iminente contra as forças de Israel na zona tampão (de segurança).
As operações de prisão foram realizadas pelo 7012º Batalhão, que faz parte da Brigada de Reserva Alexandroni, em cooperação com membros da unidade de inteligência humana 504 das IDF, a unidade canina “Oketz”, agentes de busca e resgate da Unidade 669, juntamente com outras tropas de operações especiais.
Embora tais operações tenham sido tradicionalmente realizadas exclusivamente por unidades de operações de elite especiais na ativa no passado, o destacamento prolongado dos soldados da reserva do 7012º Batalhão proporcionou-lhes o treinamento e a familiaridade tática com a área, necessários para completar com sucesso a missão.
Tenente Coronel (reserva) Y, 39, de Tel Aviv, que só recentemente se tornou comandante do Batalhão 7012, falou ao Ynet sobre as operações de prisão e as experiências de sua unidade trabalhando na zona tampão após a queda do regime de Bashar al-Assad.
O Tenente-Coronel Y disse que a operação de prisão foi precedida por um longo período de coleta de informações e preparativos para combater as tentativas Iranianas de semear o caos ao longo da fronteira norte de Israel.
Esta operação em particular foi a segunda operação de prisão para capturar agentes Iranianos na Síria.
“Já sabíamos desta célula há muito tempo”, afirmou o Tenente-Coronel Y. “O Irã tem tentado há anos estabelecer inúmeras infraestruturas terroristas aqui, criando essencialmente este ‘anel de estrangulamento’ em torno de Israel – desde o Líbano, território Sírio e Jordânia. Ainda existem remanescentes Iranianos na área, e o nosso papel é impedir qualquer ameaça deste tipo.”
Ele disse que “uma quantidade enorme de informações” foi coletada pelas unidades de inteligência das IDF, como a Unidade 8200 e a Unidade 504, que indicavam que a célula planejava atacar unidades das IDF na zona tampão.
De acordo com o Tenente-Coronel, a missão era muito complexa, devido à necessidade de prender simultaneamente vários membros da célula em diferentes locais.
“Foi realmente uma operação cirúrgica: chegar, capturar, conduzir um interrogatório inicial em campo e retornar com o alvo para as áreas de reunião e a fronteira de Israel — mas os membros da célula estavam espalhados por vários edifícios em terrenos diferentes. Assim, o desafio era duplo — o sigilo necessário e o sincronismo, devido à conexão entre os membros da célula”, ele explicou.
Junto com as diferentes unidades que operavam no terreno para cumprir a missão, a Força Aérea Israelense mantinha um olhar atento sobre as tropas.
As unidades treinaram a missão várias vezes no território próximo de Golã, antes que a ordem para entrar em território Sírio fosse dada.
O Tenente-Coronel Y descreveu a marcha silenciosa até o território: “Cada batalhão se infiltrou na área à sua maneira”, observou ele. “Caminhamos a pé, em segredo, por vários quilômetros dentro do território Sírio, e toda a operação foi cronometrada ‘ao minuto’, em sincronia com todas as forças e companhias da brigada que participaram, tanto da 7012 quanto da unidade de reconhecimento.”
Um dos soldados disse ao Ynet: “A marcha foi impressionante. Centenas de combatentes caminharam em silêncio e com movimentos furtivos, de modo que nem mesmo os cães latiram.”
Outro soldado disse que “tudo estava tranquilo até o momento do comando ‘Executar’ – e então, de uma só vez, os membros da célula se depararam com o poderio das Forças de Defesa de Israel.”
No mesmo momento, em diferentes casas, em diferentes aldeias, os soldados invadiram cada residência, momento em que os agentes de inteligência humana da Unidade 504 confirmaram a identidade de cada alvo, conduzindo um breve interrogatório de campo, enquanto as forças do Batalhão 7012 e das outras unidades procuravam armas e reuniam informações.
As tropas conduziram a missão de tal forma que conseguiram prender cada alvo e sair da aldeia antes que os outros residentes percebessem o que havia acontecido ou pudessem organizar uma resposta.
“Conseguimos manter calmos os membros da família que não eram alvos, sem qualquer força ou capacidade de resistir”, relatou um dos soldados da reserva Alexandroni.
A operação foi conduzida tão rapidamente que um dos combatentes disse ao Ynet que os terroristas da Força Quds ficaram chocados.
“Mesmo quando estavam em Israel, eles tinham dificuldade em acreditar que o exército Israelense tinha vindo buscá-los em suas camas, vendou-lhes os olhos e, de repente, estavam em Israel”, ele afirmou.
O Tenente-Coronel Y disse que a missão reforçou a importância do trabalho das IDF na Síria, para defender os assentamentos Israelenses nas Colinas de Golã.
“Quando você entra no território Sírio no meio da noite, você vê com seus olhos e sente com seus pés a defesa dos assentamentos de Golã”, ele compartilhou.
“É realmente algo que foi sentido por todos os combatentes.”