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Witkoff e Kushner discursam no comício da Praça dos Reféns enquanto a multidão aplaude Trump, mas vaia Netanyahu

Políticos israelenses condenam vaias a Netanyahu pelas multidões: “movidas pelo ódio”

Enviado dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, discursa no comício semanal na Praça dos Reféns, em Tel Aviv — 11 de outubro de 2025. Foto de Chaim Goldberg / Flash90

O enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, fez um discurso emocionante no comício pelos reféns, em Tel Aviv, na noite de sábado, dizendo à multidão: “Eu sonhei com esta noite. Foi uma longa jornada.”

“Esta é a imagem mais poderosa”, disse Witkoff aos presentes. “Corações batendo em uníssono, reunidos aqui, em Tel Aviv, pela paz, pela unidade e pela esperança; neste lugar sagrado que chamamos de Praça dos Reféns.”

O enviado especial, que está envolvido nas negociações pelos reféns desde que foi nomeado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, expressou seu desejo de que o presidente pudesse comparecer.

“Eu só gostaria que o presidente estivesse aqui”, disse Witkoff.

“Nesta noite, estamos celebrando algo extraordinário, um momento que muitos pensavam ser impossível”, continuou Witkoff. “Contudo, aqui estamos: prova viva de que, quando a coragem se une à convicção, milagres podem acontecer. Uma paz que não nasceu da política, mas da coragem; da coragem daqueles que se recusam a desistir da esperança.”

Witkoff expressou seu desejo de “homenagear o povo de Israel. Sua força, sua resiliência, seu espírito inabalável diante de dores e perdas inimagináveis.”

“Vocês carregaram o peso da esperança em seus ombros para o mundo inteiro”, disse ele à multidão reunida. “Vocês oraram, perseveraram. E mostraram ao mundo que a paz não é fraqueza. É a forma mais elevada de força. Através da dor e do medo, vocês nunca abandonaram a fé.” 

“Através da dor e do medo, vocês nunca abandonaram a fé. Sua coragem e resiliência inspiraram o mundo, e foi a sua crença, juntamente com a liderança ousada do meu amigo e presidente dos Estados Unidos, Donald J. Trump, que tornou isso possível”, disse Witkoff, enquanto a multidão começava a aplaudir e ovacionar o presidente dos EUA. 

Em contrapartida, quando Witkoff começou a falar sobre o papel do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, na libertação dos reféns, muitos na multidão começaram a vaiar. 

Depois de ser interrompido várias vezes por vaias e gritos contra Netanyahu, Witkoff afirmou: “Ok, deixem-me terminar o meu raciocínio.”

“Eu estava nas trincheiras com o primeiro-ministro. Acreditem, ele foi uma parte muito importante aqui”, disse o enviado especial à multidão. 

“O primeiro-ministro e sua equipe, incluindo Ron Dermer, sacrificaram muito por este país e dedicaram suas vidas ao serviço de Israel”, continuou Witkoff, apesar de ter sido interrompido. “Sua dedicação à história e ao destino desta nação destaca-se nesta noite. Eles deram tudo — seu tempo, sua energia e seus corações — para construir um futuro mais seguro e forte para o povo judeu. Seu compromisso com este país nunca vacilou e nunca vacilará.”

Depois que Witkoff falou, Jared Kushner também se dirigiu à multidão, agradecendo a Witkoff e ao presidente Trump por sua dedicação, ao mesmo tempo em que falou sobre como ficou chocado como o 7 de outubro. 

“O 7 de outubro foi devastador para mim”, disse Kushner. “Ver esses atos horríveis e bárbaros chocou-me profundamente, de tal forma que eu nunca mais serei o mesmo.” 

“Desde então, o meu coração não está completo”, disse Kushner sobre o peso que sente para ver os reféns retornarem. 

Após as interrupções, vários ministros do governo israelense, e até mesmo políticos da oposição, condenaram a falta de respeito.  

O deputado Benny Gantz, ex-ministro da Defesa, ex-chefe do Estado-Maior das FDI e atual líder do partido Azul e Branco, condenou as vaias ao nome de Netanyahu no comício. 

“Steve Witkoff, Jared Kushner, Ivanka Trump e, principalmente, o presidente Trump – todos eles se mobilizaram e moveram montanhas para libertar os nossos reféns”, escreveu Gantz, em hebraico, para o 𝕏. 

“Tenho um enorme apreço pelo público em geral que vem, semana após semana, à Praça dos Reféns e aos comícios em todo o país. E eu também faço parte disso”, continuou ele. 

“Mas mesmo quando há diferenças de opinião, vaiar o primeiro-ministro de Israel, na frente do enviado do governo americano e na presença das famílias dos reféns – isso é um erro”, disse Gantz. “Não hoje, e não na frente dessas pessoas.” 

“Tenho certeza de que esses gritos não representam a maioria do povo de Israel, nem a maioria dos presentes na praça”, acrescentou. 

O ministro da Educação, Yoav Kisch, também reagiu ao comportamento da multidão, escrevendo no 𝕏: “Eles não envergonharam Netanyahu; apenas revelaram a sua verdadeira face.” 

“Até mesmo quando o primeiro-ministro consegue um acordo que poucos acreditavam ser possível, o ódio leva essas pessoas à loucura”, afirmou Kisch. “Esses extremistas não representam a maioria do povo de Israel, que apoia o acordo e é grata àqueles que o concretizaram – Netanyahu e Dermer.” 

O partido do primeiro-ministro Netanyahu, o Likud, emitiu uma declaração em seu apoio. 

“Não importa o quanto você grite, você está vaiando a verdade”, dizia a declaração. “Steve Witkoff e todos que estavam lá sabem que, sem a determinação, criatividade, estratégia e coragem do primeiro-ministro Netanyahu, os reféns não estariam voltando para casa.” 

The All Israel News Staff is a team of journalists in Israel.

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