O ministro das Finanças Israelense, Bezalel Smotrich, participa de uma coletiva de imprensa no Ministério das Finanças, em Jerusalém, em 6 de agosto de 2025. Foto de Yonatan Sindel/Flash90
O Ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, anunciou na noite de quarta-feira que aprovaria o plano E1, o qual prevê a construção de mais de 3.000 unidades habitacionais em Ma'aleh Adumim, localizada a leste de Jerusalém.
O controverso plano foi descrito como um “golpe mortal” para a ideia de um estado Palestino por ativistas pela paz, e permaneceu congelado por décadas, devido a preocupações de que causaria críticas internacionais esmagadoras.
O plano E1 original prevê a construção de uma ligação entre Jerusalém e Ma'aleh Adumim, cortando a conexão entre a Judeia e a Samaria, ou seja, dividindo a Cisjordânia — que a comunidade internacional pretende estabelecer como um estado Palestino — em duas partes.
No entanto, a organização “Peace Now” indicou que as licitações recém-aprovadas por Smotrich envolvem “um grande bairro que conectará a área construída de Ma'ale Adumim com a zona industrial a leste”.
“As 3.300 unidades habitacionais em Ma'ale Adumim representam um aumento de cerca de 33% no parque habitacional do assentamento – uma expansão enorme para um assentamento cuja população está estagnada em cerca de 38.000 habitantes há uma década e tem sofrido migração líquida negativa” – reclamou o grupo.
Não está claro se o anúncio de Smotrich sinaliza um progresso real no plano E1. Além de seus comentários, não houve confirmação oficial de sua aprovação e, no passado, declarações semelhantes foram silenciosamente retiradas.
Além de servir como ministro das finanças, Smotrich também ocupa um cargo ministerial no Ministério da Defesa, com autoridade sobre a expansão dos assentamentos.
“A aprovação dos planos de construção em E1 enterra a ideia de um estado Palestino e dá continuidade às muitas medidas que estamos implementando no terreno, como parte do plano de soberania de fato, o qual começamos a concretizar com a formação do atual governo”, disse Smotrich.
“Após décadas de pressão internacional e congelamentos, estamos quebrando convenções e conectando Ma'ale Adumim a Jerusalém.”
Apesar da falta de confirmação, os líderes locais elogiaram o anúncio.
Esta é “uma conquista histórica para o empreendimento de colonização rumo à aplicação da soberania”, disse Israel Gantz, chefe do Conselho Regional de Binyamin.
O prefeito de Ma'ale Adumim afirmou: “Os Palestinos tentaram criar um estrangulamento por meio de construções ilegais, e a construção deste bairro destruirá seu objetivo”.
De acordo com o Ynet News, o anúncio é parte de um esforço para se anteceder aos apelos internacionais para o reconhecimento de um estado Palestino dentro do campo do Sionismo Religioso.
Na quarta-feira, o ministro das Relações Exteriores Israelense, Gideon Sa'ar, que voltou ao partido Likud, também rejeitou o potencial estabelecimento de um estado Palestino, por considerá-lo uma ameaça existencial a Israel.
“Uma solução de dois estados? Um estado Palestino no coração de Israel seria de fato uma solução – para aqueles que buscam nos eliminar. Não permitiremos que isso aconteça”, disse Sa'ar a uma delegação de jornalistas liderada pelo fundador e CEO da Newsmax, Christopher Ruddy, em Jerusalém.
“Se grandes países como a França e o Canadá querem estabelecer um estado Palestino em seu território, eles podem – eles têm território suficiente. Mas aqui, na Terra de Israel, isso não vai acontecer”, ele acrescentou.
