Baku, Azerbaijão (Foto: Shutterstock)
O governo do Azerbaijão teria cancelado a Conferência dos Rabinos Europeus, marcada para os dias 3 a 6 de novembro deste ano, devido a ameaças da República Islâmica do Irã.
“A Conferência dos Rabinos Europeus lamenta anunciar que sua convenção em Baku, marcada para a próxima semana, foi adiada devido a circunstâncias além do nosso controle”, afirmou a conferência em comunicado oficial, sem dar mais detalhes.
“Gostaríamos de agradecer ao governo do Azerbaijão por seu apoio contínuo e pedir desculpas por qualquer inconveniente causado”, acrescentou o organizador da conferência.
O Ministério das Relações Exteriores do Azerbaijão se absteve de comentar oficialmente sobre o assunto. No entanto, de acordo com relatos da mídia, a agência de inteligência de Israel, Mossad, convenceu o governo em Baku a cancelar a conferência devido a ameaças do regime Iraniano.
O Rabino Pinchas Goldschmidt, que lidera a Conferência, disse ao The Jerusalem Post que o evento provavelmente ainda acontecerá este ano, possivelmente no estado Judaico.
“Vamos realizar esta convenção de uma forma ou de outra”, disse Goldschmidt.
O Ministro de Assuntos da Diáspora e Combate ao Antissemitismo de Israel, Amichai Chikli, estaria facilitando a transferência da conferência para Israel.
O Azerbaijão, país de maioria Muçulmana, tem um histórico de relações estreitas com o povo Judeu e laços sólidos com o Estado de Israel. Organizações Judaicas elogiaram o Azerbaijão em fevereiro por sua tolerância para com os Judeus.
O Instituto para o Monitoramento da Paz e da Tolerância Cultural na Educação Escolar (IMPACT-se) enfatizou que o sistema escolar do Azerbaijão poderia servir de modelo para outras sociedades de maioria Muçulmana.
“Os livros didáticos demonstram uma clara rejeição aos valores Islâmicos extremistas promovidos pelo vizinho Irã”, afirmou Marcus Sheff, CEO do IMPACT–se. “Em vez disso, eles promovem a tolerância, a diversidade e um respeito sincero pelos Judeus e por Israel, o que serve como um importante modelo para muitos outros países de maioria Muçulmana.”
O regime Islâmico em Teerã tem um histórico de ameaças contra o Azerbaijão devido às suas estreitas relações com Israel e o povo Judeu. Em abril, as autoridades do Azerbaijão frustraram um plano terrorista Iraniano para matar o Rabino local, Shenor Segal, na capital Azeri, Baku, como parte dos ataques mais amplos de Teerã contra Judeus em todo o mundo.
A força de elite Quds do Irã teria recrutado um traficante de drogas Georgiano e estava disposta a pagar US$ 200.000 pela eliminação do rabino. Apesar das ameaças do Irã, Shenor enfatizou que se sentia seguro vivendo no Azerbaijão como um Judeu praticante.
“Vivemos aqui em paz. Ando pelas ruas daqui e não sinto medo”, disse o rabino.
Autoridades Iranianas supostamente acreditam que o Azerbaijão permitiu que a Força Aérea Israelense usasse seu espaço aéreo durante a Operação Rising Lion, uma ofensiva contra os recursos nucleares e mísseis balísticos do Irã em junho.
Ao mesmo tempo em que mantém laços estreitos com Israel, o Azerbaijão tem tentado estabilizar suas relações diplomáticas com seu poderoso vizinho, o Irã. Durante uma visita oficial à Armênia em agosto, o Presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, articulou sua oposição ao acordo de paz mediado pelos Estados Unidos entre a Armênia e o Azerbaijão.
Em contraste, o rabino Zamir Isayev, rabino-chefe Sephardi no Azerbaijão, acolheu o acordo de paz, argumentando que ele “envia uma mensagem clara de paz e unidade e fortalece a capacidade da região de resistir à influência Iraniana. Não é surpresa que o Irã tema este acordo”.