Ajuda aérea Israelense chega a Gaza, em 25 de julho de 2025. Foto: (Foto usada sob a seção 27A da lei de direitos autorais)
As Forças de Defesa de Israel (IDF) anunciaram que realizaram pela primeira vez um lançamento aéreo de ajuda humanitária, como parte dos esforços contínuos para aumentar a ajuda à Faixa de Gaza.
Embora outras nações tenham realizado lançamentos aéreos de ajuda humanitária em Gaza durante a guerra, esta é a primeira vez que as IDF o fazem, numa aparente resposta à significativa pressão internacional para melhorar a situação humanitária na Faixa de Gaza. Os militares afirmaram que o lançamento aéreo foi realizado “de acordo com as diretrizes do escalão político”.
Em um aparente reconhecimento de que tal medida não seria bem recebida por parte da população Israelense, o anúncio das IDF foi feito apenas em seus perfis no Telegram e no 𝕏 em Inglês.
Na mesma hora, os militares também anunciaram a retomada das pausas humanitárias em partes da Faixa de Gaza, a fim de “aumentar a escala da ajuda humanitária que entra em Gaza”.
As IDF enfatizaram que as pausas humanitárias “começarão nas áreas onde as IDF não estão operando: Al-Mawasi, Deir al-Balah e Cidade de Gaza”. Os militares afirmaram que a decisão “foi coordenada com a ONU e organizações internacionais” e coincidiria com o estabelecimento de “rotas seguras designadas”, as quais operariam “das 06:00 às 23:00 para permitir a passagem segura dos comboios da ONU e de organizações de ajuda humanitária que entregam e distribuem alimentos e medicamentos à população em toda a Faixa de Gaza”.
Na manhã de domingo, após os anúncios das IDF, a mídia Egípcia informou que caminhões de ajuda humanitária começaram a se dirigir para a fronteira com Israel, onde serão inspecionados antes de serem autorizados a entrar na Faixa.
A agência de notícias Egípcia Al-Qahera informou a entrada dos primeiros caminhões de ajuda humanitária na Faixa de Gaza no final da manhã de domingo.
“Caminhões de ajuda humanitária partem do Egito para a Faixa de Gaza transportando grandes quantidades de alimentos”, informou a agência em seu canal no 𝕏.
O Presidente Isaac Herzog elogiou os “passos importantes anunciados pelos líderes e militares Israelenses para fortalecer e melhorar a ação humanitária em Gaza”.
“Em coordenação com os parceiros internacionais, Israel está fazendo o máximo para melhorar o fluxo de suprimentos vitais através de corredores determinados, lançamentos aéreos e zonas humanitárias ampliadas”, escreveu Herzog.
Herzog também pediu à ONU e às ONGs parceiras que “façam sua parte” para garantir que a ajuda chegue aos residentes de Gaza “sem atrasos”.
Israel e a ONU trocaram acusações sobre o fracasso da entrada de ajuda na Faixa de Gaza nas últimas semanas. Com o COGAT, as unidades das Forças de Defesa de Israel (IDF) que coordenam as atividades no enclave, divulgaram recentemente fotos e vídeos mostrando centenas de caminhões com ajuda humanitária parados no lado da fronteira de Gaza, após terem sido inspecionados pela IDF. A organização observou que a ONU e seus parceiros não haviam recolhido a ajuda.
No sábado à noite, o COGAT e as IDF destacaram os esforços da ONU para coletar e distribuir essa ajuda, após críticas de Israel ao órgão mundial, na internet.
A decisão de aumentar a ajuda à Faixa de Gaza foi criticada por membros do gabinete do Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu, incluindo o Ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, que afirmou que ele e seu parceiro político, o Ministro das Finanças Bezalel Smotrich, foram excluídos da chamada em que a decisão foi tomada, devido à sua oposição à medida.
“A única maneira de vencer a guerra e devolver os reféns é interromper completamente a ajuda ‘humanitária’, ocupar toda a Faixa e incentivar a migração voluntária”, disse Ben Gvir.