O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) recebeu o segundo grupo de reféns israelenses em Deir al-Balah, na Faixa de Gaza, — 13 de outubro de 2025. Foto de Khalil Kahlout / Flash90
Israel concordou em abrir a passagem fronteiriça de Rafah, na Faixa de Gaza, com o Egito e suspender as restrições à ajuda humanitária depois que o Hamas retornou mais quatro corpos para Israel na noite de terça-feira.
As sanções foram implementadas depois que o Hamas retornou, na segunda-feira, apenas quatro dos 28 corpos dos reféns, em vez da maioria ou de todos, como exige o acordo.
Entretanto, após a identificação dos quatro corpos, descobriu-se que um deles pertencia a um homem de Gaza, e não ficou claro se Israel restabeleceria as sanções no momento da divulgação.
Além disso, os corpos de Tamir Nimrodi, Uriel Baruch e Eitan Levi foram devolvidos.
A passagem de Rafah foi aberta para o tráfego de pedestres, ao passo que a ajuda humanitária continua a entrar em Gaza através de outras passagens fronteiriças.
O canal saudita Al-Hadath também informou que a missão de monitoramento EUBAM, da União Europeia, a qual inclui forças policiais da Itália, Espanha e França, retomará suas atividades na quarta-feira.
Na semana passada, um oficial de segurança israelense disse ao Times de Israel que Israel permitiria que civis deixassem o enclave pela passagem de Rafah, após coordenação com o Egito, aprovação da segurança israelense e supervisão da EUBAM.
Israel também permitirá, pela primeira vez desde o início da guerra, que civis de Gaza retornem a Gaza pela passagem de Rafah, “sujeito à aprovação israelense e a um mecanismo específico que será coordenado, posteriormente, com o lado egípcio”, acrescentou o oficial.
Enquanto isso, em uma reviravolta irônica, tanto o Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas, de viés esquerdista, quanto o ministro direitista da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, estão criticando o governo por não garantir o retorno de todos os corpos dos reféns.
O fórum exigiu uma reunião com o chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel, o tenente-general Eyal Zamir, e pediu uma explicação sobre como as FDI pretendem forçar o Hamas a cumprir os termos.
“É impossível para as FDI permitir a continuação da implementação do acordo enquanto o Hamas o viola, flagrantemente, e nossos entes queridos ainda estão em Gaza”, disse o fórum.
Ele alertou que o Hamas “planeja manter os reféns apesar do acordo que assinou”, questionando se as FDI continuam a manter os fracassados conceitos de segurança do pré-guerra, acreditando nas alegações do Hamas “em vez de entender que esta é uma organização terrorista fraudulenta e desprezível.”
Na quarta-feira, o porta-voz do Hamas, Hazem Qassem, afirmou que o grupo terrorista está “acompanhando a implementação do que foi acordado em relação à entrega dos corpos dos soldados israelenses”, enquanto acusava Israel de violar o acordo ao matar “civis” em Gaza.
As FDI disseram, na terça-feira, que abriram fogo depois que “vários suspeitos foram identificados cruzando a linha amarela e aproximando-se das tropas das FDI que operam no norte da Faixa de Gaza, o que constitui uma violação do acordo. Foram feitas tentativas para afastar os suspeitos. Os suspeitos não obedeceram.”
Enquanto isso, o ministro da Segurança Nacional, Ben Gvir, pediu para se retomar o combate com vistas a eliminar o Hamas.
“Chega de vergonha. Momentos depois de abrir os portões para centenas de caminhões, o Hamas rapidamente voltou às suas táticas bem conhecidas – mentir, enganar e abusar de famílias e corpos. O terrorismo nazista só entende a força, e a única maneira de resolver os problemas com ele é eliminá-lo da face da Terra”, escreveu ele no 𝕏.
Na terça-feira à noite, ele pediu ao primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que emitisse “um ultimato claro ao Hamas: se vocês não devolverem, imediatamente, todos os corpos dos nossos mortos e continuarem com esses atrasos, suspenderemos, de imediato, todos os suprimentos de ajuda que entram na Faixa.”
