Palestinos transportam ajuda humanitária em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, em 14 de agosto de 2025. Foto de Abed Rahim Khatib/Flash90
Enquanto os militares Israelenses continuam a firmar planos para a captura da cidade de Gaza, as Forças de Defesa de Israel (IDF) também estão se preparando para expandir o apoio humanitário em outras partes de Gaza, incluindo a construção de hospitais de campanha adicionais antes das evacuações em massa de civis.
De acordo com uma reportagem publicada na segunda-feira no Ynet News, os militares pretendem estabelecer mais zonas humanitárias e instalações médicas para reforçar a legitimidade internacional da ofensiva planejada contra as forças remanescentes do Hamas. Os hospitais de campanha anteriores na Faixa de Gaza foram viabilizados pelas IDF, muitos deles construídos e operados pelos Emirados Árabes Unidos.
De acordo com a reportagem do Ynet, as IDF estão atualmente realizando uma avaliação das necessidades e da viabilidade do plano, o qual aguarda aprovação do escalão político.
No sábado à noite, reportagens na mídia Hebraica indicaram que os militares haviam retomado a permissão para a entrada de tendas e outros equipamentos de abrigo na Faixa de Gaza, em preparação para a evacuação planejada da população civil da cidade de Gaza. Na tarde de domingo, postagens nas redes sociais mostraram caminhões carregados com tendas esperando para entrar na Faixa.
Na tarde de domingo, as redes sociais mostraram caminhões se preparando para entrar em Gaza com as tendas.
A entrada de ajuda renovada ocorre quando o Chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel, Tenente-General Eyal Zamir, afirmou ter aprovado planos para a tomada da cidade de Gaza e deve apresentá-los ao Ministro da Defesa, Israel Katz, para aprovação final na terça-feira.
Durante uma visita à linha de frente no domingo, Zamir disse: “Hoje estamos aprovando o plano para a próxima fase da guerra. Assim como nas recentes operações no Irã, Iêmen, Líbano, Judeia e Samaria e Gaza, continuaremos a remodelar a realidade da segurança. Manteremos o espírito da Operação ‘Carruagens de Gideão’, concentrando-nos na cidade de Gaza. Continuaremos a atacar até a derrota decisiva do Hamas, com os reféns sempre em primeiro lugar em nossas mentes.”
Ele também disse aos comandantes das Forças de Defesa de Israel: “Na próxima campanha em Gaza, tentaremos minimizar ao máximo o uso das forças de reserva. A evacuação prevista da população durará pouco menos de dois meses, e estamos nos preparando para a complexidade da mudança dos residentes; portanto, estamos preparando uma variedade de ferramentas para incentivá-los a deixar a cidade para as áreas humanitárias. Depois disso, serão realizadas as fases de cerco, entrada e conquista da cidade de Gaza.”
Junto com os relatos de que as IDF estão seguindo em frente com um plano avançado para a campanha na cidade de Gaza, o site de notícias afiliado à Arábia Saudita Asharq Al-Awsat informou que grupos terroristas Palestinos que mantêm os reféns Israelenses restantes estão pondo em prática um plano para transferir os reféns para a cidade de Gaza antes da campanha das IDF.
A medida é uma tentativa de impedir Israel de tomar a cidade.
O site de notícias Walla News informou que seriam necessários cerca de 80.000 soldados Israelenses para cercar e ocupar a cidade de Gaza como parte do esforço para derrotar as forças remanescentes do Hamas na região.
Uma fonte militar disse ao Walla: “Este é um plano muito amplo que custará muito caro ao Hamas, mas também acarreta grandes riscos para as forças das IDF”.
A fonte também disse que o IDF já está começando a lançar manobras na cidade de Gaza para aumentar a pressão sobre o Hamas, antes da campanha para capturar a cidade.
Antes de uma reunião do governo no domingo, o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu reiterou que a ofensiva iminente foi pensada com o objetivo de alcançar o controle de segurança sobre a Faixa de Gaza, o qual ele pretende manter no futuro.
“Nosso controle de segurança contínuo na Faixa é apenas uma das nossas condições para encerrar a guerra, condições que o Hamas se recusa a aceitar. Insistimos que não apenas o Hamas deve ser desarmado, mas também que Israel imporá a desmilitarização da Faixa ao longo do tempo, por meio de ações contínuas contra qualquer tentativa de rearmamento e reorganização por qualquer elemento terrorista”, ele disse.
Enquanto isso, relatos na mídia Árabe dizem que o Hamas está avaliando as últimas propostas Egípcias e do Qatar para um acordo de cessar-fogo em troca dos reféns.
A TV Saudita Al-Arabiya informou que o Egito exigiu uma resposta em poucas horas e pediu ao Hamas e a representantes de outros grupos terroristas que permaneçam no Egito até que um acordo seja alcançado.
Numa conferência de imprensa realizada na passagem de Rafah na segunda-feira passada, o Ministro dos Negócios Estrangeiros Egípcio, Badr Abdelatty, afirmou que o Egito está mediando com o Qatar e os EUA e mantendo conversações intensivas para restaurar a calma, garantir um cessar-fogo e lançar um processo político sério para pôr fim à guerra.
Abdelatty acrescentou que existem atualmente delegações Palestinas e do Qatar no Egito para continuar as negociações.
