Ilustrativo: Palestinos armados no sul da Faixa de Gaza, em 11 de outubro de 2025. Foto de Saeed Mohammed/Flash90
Nos últimos dias, um ex-prisioneiro de Israel e ex-oficial sênior da polícia Palestina, chamado Shawqi Abu Nasira, anunciou a formação de uma nova milícia para combater o Hamas na região leste de Khan Younis.
Abu Nasira disse ao site de notícias norte-americano Jusoor News que a criação da milícia “não foi uma escolha política, mas uma necessidade para proteger os residentes”.
Ele acrescentou que sua decisão veio “após uma série de crimes cometidos pelo Hamas, entre os quais se destaca o assassinato de três oficiais de inteligência da Autoridade Palestina. Naquele momento, compreendi que qualquer pessoa que critique ou se oponha ao Hamas se torna um alvo, e que meu destino seria igual ao deles se eu não pegasse em armas”.
Abu Nasira afirmou que o Hamas cometeu crimes generalizados contra os Palestinos em Gaza, “incluindo repressão, acusações de traição e extorsão”, e recusa qualquer solução política porque suas decisões são dirigidas pelo Irã.
Joe Truzman on X @JoeTruzman Uma entrevista de @JusoorNews com o novo líder da milícia anti-Hamas, o major-general Shawqi Abu Nasira (um oficial aposentado da polícia da Autoridade Palestina e ex-prisioneiro), revelou que ele lançou um grupo armado para se opor ao Hamas em Gaza. Nasira enquadra isso como uma necessidade defensiva após o que ele descreve como uma onda de assassinatos cometidos pelo Hamas contra oficiais de inteligência da Autoridade Palestina, e um padrão mais amplo de repressão, extorsão e recusa de qualquer solução política por parte do Hamas. Nasira afirma que a autoridade do Hamas está em colapso, descrevendo sua organização como repleta de caos, liderança despreparada e perda de legitimidade perante a população. Segundo ele, seu grupo começou a construir infraestrutura civil (acampamento, hospital, escola) para oferecer uma alternativa ao domínio do Hamas. Ele também critica o Hamas por ser um instrumento do Irã, por rejeitar a tomada de decisões locais e por falhar com o povo de Gaza.Nasira afirma que pegar em armas contra o Hamas é uma demonstração de coragem, considerando o sofrimento da população de Gaza.
Ele também disse que “o Hamas vive de dinheiro de apoio. Tudo o que o cidadão tem, ele toma em nome da resistência, enquanto ainda rejeita qualquer solução política porque eles não decidem por si mesmos. A Turquia, o Qatar e o Irã são piores para a nossa causa do que a própria ocupação”.
Abu Nasira passou 16 anos em uma prisão Israelense por realizar ataques e tentou fugir cavando um túnel na prisão de Nafha, mas foi capturado após oito dias. Após ser libertado em 2003, ele trabalhou por quatro anos nas forças de segurança da Autoridade Palestina em Gaza, até que o Hamas assumiu o controle da Faixa em 2007, no que ele chama de “o golpe negro”.
Depois de criticar o Hamas pelos eventos de 7 de outubro, a foto de Abu Nasira apareceu em uma página conhecida afiliada ao Hamas chamada “Pegue o Colaborador”, que incentiva a violência contra pessoas acusadas de colaborar com Israel. Após a publicação, ele recebeu ameaças diretas de membros sêniores do Hamas – às quais ele respondeu que “seria ele quem os pegaria”.
“Foi nesse momento que declarei guerra contra eles”, ele disse. Hoje, ele comanda uma milícia com mais de 30 combatentes que, segundo ele, deixaram suas casas e famílias “depois de sofrerem com a repressão e a extorsão do Hamas”.
Abu Nasira afirmou que “o Hamas está essencialmente acabado” e que o que resta são “pequenos grupos fracos escondidos em hospitais”. Ele disse que recentemente viu combatentes do Hamas e suas famílias vivendo dentro das enfermarias do Hospital Nasser, em Khan Younis, enquanto pessoas que precisavam de tratamento eram deixadas nos corredores.
Segundo ele, por causa da guerra, o Hamas começou a recrutar pessoas sem experiência ou habilidades para evitar o colapso da organização. Abu Nasira disse ao Jusoor News que começou a estabelecer “um acampamento civil que inclui um hospital e uma escola, para tirar as pessoas do controle do Hamas”, e que até deixou sua esposa e filhos para fazer isso.
Com essa ação, ele se junta a outras quatro milícias que operam nas áreas da “Linha Amarela” contra o Hamas: as milícias de Yasser Abu Shabab, Husam al-Astal, Ashraf al-Mansi e Rami Khalas.
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