A família do refém israelense Alon Ohel, de 24 anos, concordou em publicar, na quarta-feira, uma foto do filho sequestrado, retirada de um vídeo de propaganda do Hamas divulgado na segunda-feira, antes de Rosh Hashaná, o Ano Novo judaico.
“Na véspera de Rosh Hashaná, recebemos um sinal de vida do nosso Alon”, disse a mãe Idit em uma mensagem publicada pelo Hostages and Missing Families Forum [Fórum de Famílias de Reféns e Desaparecidos]. “Assistimos cada quadro [do vídeo] para obter o máximo de informação possível. Quanto mais assistimos, mais nos preocupamos”, continuou ela.
“É possível ver claramente” que Alon, agora, está cego de um olho, disse a mãe Idit Ohel. “Estamos extremamente preocupados com o segundo olho de Alon”, continuou ela.
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu teria conversado com os pais de Alon, Idit e Kobi, antes de partir para os Estados Unidos para proferir seu discurso anual na Assembleia das Nações Unidas, em Nova York. O Gabinete do Primeiro-Ministro disse que Netanyahu e o representante do governo para assuntos relacionados a reféns, Gal Hirsch, explicaram que “uma manobra militar-diplomática conjunta [está] sendo realizada continuamente para derrotar o Hamas e resgatar todos os nossos reféns”.
Idit teria agradecido ao primeiro-ministro pela “longa e sensível conversa”, ao mesmo tempo em que enfatizou, com preocupação, que a condição de seu filho havia “se deteriorado muito em decorrência do cruel cativeiro e dos maus-tratos.”
O pai de Alon, Kobi, argumentou que a viagem diplomática de Netanyahu às Nações Unidas, em Nova York, “é um momento para grandeza por parte de todos os ministros do gabinete, para que se mostrem à altura [e] sejam humanos e fortes o suficiente para dar a ele todo o apoio e força, a fim de que ele trabalhe pela libertação de Alon e dos reféns.”
“Idit e eu esperamos que ele volte dessa viagem com boas notícias”, disse Kobi. Ainda que tenha concordando em publicar uma foto, a família Ohel pediu ao público que não publique o vídeo completo do Hamas, o qual eles classificaram, duramente, como “terrorismo psicológico que visa nos prejudicar”.
Alon Ohel, um talentoso pianista, foi brutalmente sequestrado por terroristas do Hamas no festival de música “Nova”, em 7 de outubro de 2023.
Em fevereiro, a família recebeu os primeiros sinais de vida de Alon Ohel após 492 dias em cativeiro.
“Após 492 dias de incerteza, recebemos, hoje, o primeiro sinal de vida – nosso Alon está vivo. Ele está ferido e não está recebendo tratamento”, afirmou a família Ohel.
“Desde que foi sequestrado, Alon é mantido em condições difíceis nos túneis subterrâneos do Hamas, sem luz do dia e sem acesso a condições humanas básicas. Fomos informados de que Alon tem uma lesão no olho”, disse a família Ohel na época.
“Além disso, Alon está sendo mantido em condições de cativeiro particularmente difíceis, com uma grave escassez de alimentos”, acrescentou a família.
A Alemanha e a Sérvia também condenaram o brutal sequestro de Alon Ohel, que, além da nacionalidade israelense, também possui cidadania alemã e sérvia.
“As imagens desumanas do cidadão alemão-israelense Alon Ohel, que o Hamas publicou justamente em Rosh Hashaná, são insuportáveis. O Hamas deve libertar imediatamente todos os reféns”, afirmou o chanceler alemão Friedrich Merz, na segunda-feira, no 𝕏. “O cessar-fogo precisa acontecer agora; o sofrimento tem de acabar.”
O ministro das Relações Exteriores da Sérvia, Marko Đurić, também criticou, duramente, o vídeo do Hamas, enfatizando que a Sérvia “está de luto” junto com a família Ohel.
“O vídeo divulgado hoje é um golpe cruel a seus pais, Idit e Kobi, e a todos que anseiam por seu retorno”, disse Đurić.
“Nós reivindicamos a libertação imediata de Alon e de todos os reféns”, exigiu o principal diplomata da Sérvia em uma postagem no Facebook. “Que este novo ano traga paz e liberdade.”
